A Tate Modern incorpora à sua coleção a obra “Iva”, de Joan Mitchell, doada pela família Pérez em uma das maiores contribuições desde 1969
A Tate Modern, em Londres, recebeu uma das doações mais significativas de sua história: a obra “Iva” (1973), um tríptico monumental da artista norte-americana Joan Mitchell, considerada uma das grandes expoentes da pintura abstrata do século 20. O presente, oferecido pelo colecionador e filantropo Jorge M. Pérez e sua esposa Darlene, é considerado a maior contribuição artística ao museu desde 1969.
Com mais de cinco metros de largura, “Iva” exemplifica o domínio técnico e a força expressiva de Mitchell, cuja obra combina lirismo e intensidade em pinceladas gestuais e paletas cromáticas marcantes. O tríptico foi criado durante o período em que a artista vivia em Vétheuil, na França, e carrega o nome de seu cão de estimação. Agora, ele passa a integrar uma das instituições mais prestigiadas da Europa, ganhando espaço ao lado dos murais de Mark Rothko na galeria dedicada à arte abstrata.

A diretora da Tate, Maria Balshaw, com os colecionadores Jorge M. Pérez, à direita, e Darlene Pérez, à esquerda, em frente ao quadro Iva, de Joan Mitchell. Foto Ben Stansall/AFP, via Getty Images
Para a diretora da Tate, Maria Balshaw, a chegada de “Iva” representa não apenas um marco curatorial, mas também um passo importante na correção de lacunas históricas no acervo da instituição. “Joan Mitchell ainda é sub-representada nas coleções públicas do Reino Unido. Essa doação transforma a forma como nosso público poderá acessar sua obra”, declarou.
Muito além de Joan Mitchell
Além da obra, o casal Pérez comprometeu-se com um apoio financeiro contínuo à Tate, incluindo a criação de posições curatoriais voltadas para a arte africana e latino-americana. A iniciativa também prevê doações futuras de obras desses territórios, com destaque para nomes como El Anatsui e William Kentridge.
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A contribuição da família Pérez reafirma a relevância de colecionadores filantrópicos no fortalecimento de instituições culturais e na promoção da diversidade no campo da arte. Ao mesmo tempo, resgata o protagonismo de uma artista cuja produção é cada vez mais reconhecida por sua sofisticação técnica e potência emocional — qualidades que fazem de Joan Mitchell uma figura central no mercado de arte contemporânea e no colecionismo institucional.