Resiliência em tempos de retração: o que revela o novo Art Basel and UBS Global Art Market Report

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De acordo com o conceituado Art Basel and UBS Global Art Market Report, mercado de arte global recua 12% em valor, mas cresce em volume e se reinventa com novos colecionadores e foco em obras de menor valor

O mercado de arte global enfrentou desafios significativos em 2024, registrando vendas de aproximadamente US$ 57,5 bilhões, uma queda de 12% em relação ao ano anterior – de acordo com a nona edição do Art Basel and UBS Global Art Market Report. Apesar dessa diminuição em valor, o número de transações aumentou 3%, totalizando 40,5 milhões, indicando uma vitalidade persistente, especialmente nos segmentos de preços mais acessíveis.

De autoria da economista cultural Dra. Clare McAndrew, da Arts Economics, o relatório oferece uma análise macroeconômica abrangente do desempenho do mercado de arte em 2024, medindo a saúde de galerias, negociantes, casas de leilão e feiras de arte em um cenário econômico e de riqueza global em evolução.

Grafico de volume de vendas - Art Market Report 2025

Desaceleração no Topo, Crescimento na Base

As vendas de obras avaliadas acima de US$ 10 milhões sofreram uma redução de 39%, refletindo uma contração nos segmentos de alto valor. Em contraste, obras com preços abaixo de US$ 50.000 tiveram uma demanda robusta, diversificando a base de colecionadores e impulsionando o volume total de transações.

As vendas de galerias caíram moderadamente 6%, alcançando US$ 34,1 bilhões, enquanto as vendas em leilões públicos tiveram uma contração mais acentuada de 25%, totalizando US$ 19 bilhões. No entanto, as vendas privadas por casas de leilão avançaram 14%, sugerindo uma mudança estratégica para transações discretas de alto valor.

Grafico de participação no mercado - Art Market Report 2025

Mudanças Geográficas na Participação de Mercado

Os Estados Unidos mantiveram sua posição dominante, capturando 43% do valor do mercado de arte global, apesar de uma queda de 9% nas vendas, que totalizaram US$ 24,8 bilhões. O Reino Unido recuperou sua posição como o segundo maior mercado de arte, com uma participação de 18%, enquanto a China experimentou uma queda severa de 31%, caindo para US$ 8,4 bilhões e cedendo sua posição anterior. ​

Perspectivas para o Mercado de Arte

O relatório destaca a resiliência do mercado de arte, especialmente nos segmentos de preços mais baixos, e o crescente interesse de novos colecionadores. A expansão das vendas em faixas de preço mais acessíveis e a diversificação da base de colecionadores são sinais positivos para o futuro do mercado. No entanto, desafios como a volatilidade econômica global e mudanças nas dinâmicas geográficas exigem adaptação contínua dos participantes do mercado.

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