A artista sámi Máret Ánne Sara foi escolhida para a Hyundai Commission 2025 da Tate Modern e apresentará sua instalação no Turbine Hall a partir de outubro de 2025
Máret Ánne Sara, nascida em 1983 em Guovdageaidnu, Noruega, é uma artista do povo sámi, cuja cultura abrange regiões da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia – que vai apresentar sua visão de mundo no Turbine Hall, na Tate Modern. Proveniente de uma família de pastores de renas, sua arte explora questões ecológicas e sociais, refletindo as experiências de sua comunidade. Sara utiliza materiais relacionados à criação de renas, como peles e ossos, para abordar a relação intrínseca entre os sámi e a natureza.
Sua obra ganhou destaque internacional ao representar o Pavilhão Sámi na Bienal de Veneza de 2022, onde apresentou “Ale suova sielu sáiget”, uma escultura que evocava a espiritualidade e os desafios enfrentados por seu povo diante das mudanças climáticas.
A Hyundai Commission e o Turbine Hall da Tate Modern
A Hyundai Commission é uma iniciativa anual que convida artistas a criarem instalações site-specific para o Turbine Hall da Tate Modern, em Londres. Este espaço icônico já recebeu obras de artistas renomados, como Kara Walker, Cecilia Vicuña, Tania Bruguera, Olafur Eliasson e Doris Salcedo. A escolha de Sara para a décima edição da comissão reflete uma crescente valorização das práticas artísticas indígenas em museus globais. Sua instalação estará em exibição de 14 de outubro de 2025 a 6 de abril de 2026, marcando sua primeira exibição no Reino Unido.
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Embora detalhes específicos sobre a instalação de Sara ainda não tenham sido divulgados, espera-se que sua obra aborde temas centrais de sua prática artística, como as questões ecológicas e políticas que afetam as comunidades sámi e indígenas. A diretora da Tate Modern, Karin Hindsbo, expressou entusiasmo com a escolha de Sara, destacando a relevância de sua arte em promover interesse e conscientização sobre essas questões, além de potencialmente efetuar mudanças reais.
Sara, no entanto, continua focada em algo mais urgente do que tendências institucionais. “Há uma maneira diferente de pensar e ser entre uma perspectiva indígena e uma orientação ocidental típica”, disse ao The Guardian. “Humanos, natureza e animais são interdependentes e iguais.” Com sua ocupação do Turbine Hall, ela está pronta para trazer este olhar para um dos espaços de arte contemporânea de maior visibilidade do mundo.