Koyo Kouoh é a primeira mulher africana a ocupar o prestigioso cargo de curadora, à frente de uma das mostras mais importantes do gênero no mundo
Koyo Kouoh, uma das curadoras mais renomadas da África, foi escolhido para organizar a edição de 2026 da Bienal de Veneza, a maior exposição de arte deste gênero no mundo.
Ela agora se tornará a segunda curadora nascida na África a organizar a Bienal, e a primeira a fazê-lo desde Okwui Enwezor, que fez história ao ser curador da edição de 2015.
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Kouoh, que nasceu em Camarões e mais tarde passou a residir na Suíça, é atualmente diretora executiva e curadora-chefe do Zeitz Museum of Contemporary African Art, instituição na Cidade do Cabo, África do Sul, que está entre as maiores do continente. Lá, ela trabalhou em mostras como “When We See Us: A Century of Black Figuration in Painting” de 2022, considerada a panorâmica definidora de uma das tendências artísticas da atualidade, e mostras individuais de artistas como Tracey Rose, Otobong Nkanga e Abdoulaye Konaté.
Antes de ganhar atenção mundial por essas exposições, Koyo Kouoh foi aclamada por criar a RAW Material Company, que ela fundou em Dacar, Senegal, em 2008. O sistema artístico do Senegal tinha poucos espaços independentes na época, e Kouoh o projetou para oferecer ao público local oportunidades de discutir arte livremente.
No circuito bienal, ela também é uma figura conhecida, tendo atuado nas equipes curatoriais de duas Documentas, em 2007 e 2012. Além disso, ela organizou uma edição da EVA International da Irlanda e uma exposição realizada como parte da Carnegie International de 2018.
Sobre esta nomeação, Kouoh disse em uma declaração: “É uma honra e um privilégio únicos na vida seguir os passos de predecessores luminares no papel de Diretora Artística e compor uma exposição que espero que carregue significado para o mundo em que vivemos atualmente — e, mais importante, para o mundo que queremos fazer. Os artistas são os visionários e cientistas sociais que nos permitem refletir e projetar de maneiras oferecidas apenas a esta linha de trabalho.”
Em sua declaração, o presidente Pietrangelo Buttafuoco destacou que a nomeação de Kouoh representa uma abordagem inovadora à curadoria de arte, posicionando a Bienal como uma plataforma para as vozes mais inovadoras que moldam o futuro da arte contemporânea.