O momento do Brasil no centro das atenções no mundo da arte se estende à Frieze NY

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Este é o segundo ano consecutivo em que o país terá cinco galerias presentes na Frieze NY – o maior número em percentagem do total de expositores

Em meio à mostra de destaque do mundo da arte brasileira na 60ª Bienal de Veneza – cuja exposição central tem pela primeira vez a curadoria de um brasileiro, Adriano Pedrosa, diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo (Masp) – as galerias do país aproveitam o momento para afirmar e expandir a sua presença no mercado global, sendo a Frieze NY um cenário ideal.

As duas últimas edições da Frieze New York contaram com cinco galerias brasileiras, o maior número percentual em relação ao total de expositores desde o lançamento da feira em 2012. Em 2017, a feira contou com 11 participantes do Brasil, entre 201 expositores; este ano serão 68 galerias presentes.

A carga financeira – desde custos de envio até impostos de exportação – fez com que alguns revendedores brasileiros hesitassem em realizar feiras no exterior no passado, mas as galerias agora estão optando por “desconsiderar todos os desafios burocráticos e assumir o risco”, disse Fernanda Resstom, fundadora da Galeria Central, com sede em São Paulo.

Carmézia Emiliano’s Wazaká—tree of life (2022), na Central Galeria, presente na Frieze NY. Foto: Rodrigo Guedes da Silva

Carmézia Emiliano’s Wazaká—tree of life (2022), na Central Galeria. Foto: Rodrigo Guedes da Silva

Frieze NY como um caminho para a expansão internacional

A Central estreia na seção Focus com a primeira apresentação nos Estados Unidos de obras da pintora indígena brasileira Carmézia Emiliano, que lançou no ano passado o foco curatorial Histórias Indígenas do Masp, uma série de um ano coordenada por Pedrosa. “Queria começar a colocar os nossos artistas em instituições internacionais, por isso tomei a decisão de participar apenas nas melhores feiras e de continuar a candidatar-me até entrarmos”, afirmou Resstom.

Voltando pela segunda vez à Frieze NY, a Mitre Galeria, de Belo Horizonte, realiza a primeira apresentação nos Estados Unidos de obras de Davi de Jesus do Nascimento, que em 2020 e 2022 foi indicado ao Prêmio Pipa, um dos principais prêmios de arte contemporânea no Brasil. Júlia Maria, chefe de mediação e produção cultural da Mitre, afirma que a Frieze continua sendo um “espaço fundamental de vendas e um ambiente que promove grande visibilidade – principalmente na seção Focus”.

Alguns expositores brasileiros de longa data estão de volta este ano, incluindo a galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, com sede em São Paulo e Rio de Janeiro, e A Gentil Carioca. Esta última apresentará obras de Vivian Caccuri, que colaborou com Miles Greenberg em uma mostra 2022-23 no New Museum, e de Laura Lima, que recentemente teve uma retrospectiva no Museu d’Art Contemporani de Barcelona.

A Gentil Carioca também apresentará a primeira grande mostra norte-americana de obras da artista angolana Ana Silva, cujas peças que se apropriam de sacos de ráfia e bonecos foram exibidas por toda a Europa e África, inclusive na feira 1-54 de Marrakech, no ano passado, pela Magnin-A, sediada em Paris.

Mendes Wood DM, outra participante de longa data na Frieze New York, é o único expositor brasileiro com pied-à-terre em Nova York, tendo inaugurado seu espaço Tribeca em 2022. Este ano, o estande da galeria contará com uma apresentação coletiva dos artistas brasileiros Rosana Paulino e Antonio Obá, o francês Pol Taburet e a argentina Varda Caivano.

Via The Art Newspaper

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