O provocativo artista italiano Maurizio Cattelan foi recrutado para representar a Cidade do Vaticano na próxima Bienal de Veneza ao lado de outros artistas

Maurizio Cattelan criará uma grande instalação ao ar livre para a apresentação da Bienal de Veneza do Vaticano. A exposição inclui obras de oito artistas e será instalada na Prisão Feminina de Giudecca. Muitas das obras serão realizadas com a participação ativa das presidiárias.

Cattelan é mais conhecido por esculturas e instalações que geram polêmica, o que faz dele uma representação um tanto surpreendente para a sede da Igreja Católica.

With My Eyes

A obra comissionada de Cattelan em Veneza consistirá em uma videoinstalação de 12 minutos e apresenta alguns dos internos como atores. Dirigido pela atriz Zoe Saldana e o seu marido, o diretor e produtor italiano Marco Perego, a curta gira em torno do tema da liberdade. Algumas reclusas forneceram fotografias suas quando crianças para uma obra da artista francesa Claire Tabouret; outras contribuíram com poemas para uma instalação da artista libanesa-americana Simone Fattal.

Além disso, obras da falecida Corita Kent, artista pop americana, ativista social e ex-freira católica, estarão expostas na cafeteria Giudecca. Também estarão expostas obras de Claire Fontaine e da brasileira Sonia Gomes.

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A exposição, intitulada “With My Eyes”, tem curadoria de Chiara Parisi, diretora do Centro Pompidou-Metz, e Dr. Bruno Racine, ex-presidente da Biblioteca Nacional Francesa, com visitação aberta entre 20 de abril e 24 de novembro.

Segundo o cardeal José Tolentino de Mendonça, ministro da Cultura e Educação do Vaticano, “With My Eyes deseja focar a nossa atenção na importância de como, de forma responsável, concebemos, expressamos e construímos a nossa coexistência social, cultural e espiritual”. Ele continua: “Ver com os próprios olhos confere um estatuto único à visão, pois nos envolve diretamente na realidade e nos torna não espectadores, mas testemunhas. Isto é o que a experiência religiosa e artística têm em comum: nenhuma das duas deixa de valorizar a implicação total e anticonformista do sujeito”.