Leilão da coleção Fisher Landau na Sotheby’s alcança US$ 406 milhões

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As vendas da coleção Fisher Landau estabeleceram novos recordes para Agnes Martin e Mark Tansey

A tão esperada venda da Sotheby’s, originadas da coleção da falecida filantropa nova-iorquina Emily Fisher Landau, ex-curadora do Whitney Museum of American Art em Nova York, arrecadou um total de US$ 406 milhões (com taxas). O grupo de 31 lotes atingiu um valor coletivo de US$ 351 milhões, superando o valor mínimo de US$ 344 milhões da estimativa projetada pelos especialistas da Sotheby’s.

Esse valor total de US$ 406 milhões representa um dos maiores já alcançados por uma coleção de um único proprietário em leilão e foi considerado

O leilão de Landau foi o que chamamos de “venda de luvas brancas”, o que significa que todos e cada um dos 31 lotes oferecidos foram arrematados. Houve algumas decepções e alguns pontos positivos: quase um terço dos lotes atingiram preços abaixo das estimativas baixas, mas novos recordes foram estabelecidos para Agnes Martin e Mark Tansey.

Segundo Picasso mais caro da história

Ancorando a venda noturna estava a famosa pintura Mulher com Relógio, de 1932 de Pablo Picasso. A licitação para a tela, que retrata a primeira musa de Picasso, Marie-Thérèse Walter, começou em US$ 100 milhões. Algumas propostas elevaram o preço da obra para US$ 121 milhões, que acabou sendo entregue a um licitante por telefone. O resultado final, incluindo taxas, foi de US$ 139 milhões, o segundo preço mais alto já alcançado por Picasso em leilão, abaixo dos US$ 179 milhões pagos por Les femmes d’Alger (Version ‘O’), 1955, quando foi vendido na Christie’s em 2015.

Após o sucesso do Picasso, a venda pareceu perder um pouco de força. Vários lotes foram vendidos por mais de US$ 20 milhões, sem superar muito as expectativas iniciais da casa. Securing the Last Letter (Boss), de Ed Ruscha, trouxe o segundo maior preço de leilão de todos os tempos para o artista da Costa Oeste, chegando a um total de US$ 39,4 milhões com taxas.

Seguindo um curso semelhante, estava uma tela de 1958 da aclamada série de obras de Mark Rothko encomendadas para o Seagram Building, em Nova York. Esse trabalho atingiu uma oferta de US$ 19 milhões (US$ 22 milhões, com taxas).

Agnes Martin’s Grey Stone II (1961). Courtesy Sotheby’s.

Agnes Martin’s Grey Stone II (1961). Courtesy Sotheby’s.

Foco nas artistas mulheres

Em outro momento do leilão, artistas mulheres historicamente importantes foram o foco. A tela em grande escala de Agnes Martin, Gray Stone II (1961), foi uma das obras que teve o lance mais impressionante da noite. Os lances dispararam rapidamente e, por fim, a obra chegou a US$ 16 milhões, mais que o dobro de sua estimativa baixa de US$ 6 milhões. Foi arrematada pelo preço final de US$ 18,7 milhões com taxas, superando o recorde anterior da artista de US$ 17,7 milhões, por sua pintura Untitled #44 na venda da coleção Macklowe pela Sotheby’s em novembro de 2022.

No início da noite, quatro licitantes disputaram Pink Tulip (Abstraction – #77 Tulip), de Georgia O’Keeffe, uma abstração floral produzida em 1925. Landau comprou a tela diretamente de O’Keeffe em 1985, apenas um ano antes da morte da artista. A obra foi entregue a um licitante presente pelo preço final de US$ 4,75 milhões, ultrapassando sua estimativa de US$ 3 milhões.

“Dada a resistência do material, eu esperava mais”, disse o colecionador Max Dolciger, falando sobre a venda como um todo. “Mas ainda assim foi um sucesso. As pessoas estavam entusiasmadas com o quão recentes eram as obras e, claro, com a proveniência, mas ainda assim eram cautelosas. Não tem nada a ver com a arte. Tem a ver com onde o mundo está agora e com tudo que está acontecendo.”

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