O homem, de identidade não revelada, lutou por anos para conseguir autorização de venda de um desenho raro de Leonardo Da Vinci
Um homem misterioso na casa dos 80 anos venceu uma batalha de anos contra o Ministério da Cultura francês pelo direito de vender um desenho raro de São Sebastião, de Leonardo da Vinci, que herdou de seu pai.
Identificado em documentos judiciais pelas iniciais A.B., o homem procurou o governo francês em 2016 para solicitar uma licença de exportação para o desenho, um esboço frente e verso de São Sebastião amarrado a uma árvore. No verso estão notas e diagramas relativos ao estudo de luz e sombra de Da Vinci. Ele planejava vender o desenho na casa de leilões TAJAN, em Paris.
A lei francesa exige que os vendedores obtenham licenças de exportação para obras de arte e bens culturais extremamente valiosos que possam ser considerados “de importância nacional”. Também confere à França o direito de igualar qualquer oferta feita sobre uma obra à venda antes desta deixar o país.
O Ministério da Cultura francês inicialmente negou o pedido de licença de exportação, alegando que o desenho de Da Vinci era um tesouro nacional, e ofereceu-se para comprar a obra em nome do Louvre por 10 milhões de euros (US$ 10,6 milhões) mas A. B. recusou a oferta.
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Avaliação da obra
Posteriormente, a obra foi avaliada por dois especialistas, um representando o ministério e outro representando a A.B., em cerca de US$ 15,6 milhões. O ministério optou por não prosseguir, pelo menos não da forma tradicional. Quando A. B. solicitou uma nova licença de exportação em 2021, Roselyn Bachelot, então ministra da Cultura, enviou A.B. uma carta insinuando que a obra foi roubada e exigindo que ele provasse que o desenho foi adquirido legalmente.
Por meio de um advogado, A.B. combateu a acusação através de uma carta ao ministério antes de solicitar novamente uma licença de exportação. O ministério de Bachelot ignorou o pedido de A.B., forçando-o a procurar uma liminar através do sistema judicial que obrigaria o ministério a fornecer o certificado.
Na semana passada, o tribunal concedeu a liminar, exigindo que o ministério concedesse a licença de exportação no prazo de 60 dias e cobrisse os custos legais de 2.000 euros da A.B.