Como o conceito de colecionador mudou nas últimas 34 edições e quais os destaques do Top 200 Colecionadores da ArtNews
Historicamente, a construção de uma coleção de arte era um processo gradual que levava anos, senão décadas, no qual um colecionador um dia percebia que seu acervo excedia o que poderia pendurar nas paredes e isso muitas vezes levava à necessidade de armazenamento.
Quando a ARTnews começou a publicar sua lista anual dos Top 200 Colecionadores em 1990, o mundo da arte estava em um ponto de inflexão no que diz respeito ao colecionismo. O final dos anos 80 viu preços recordes para obras de arte em leilão e, após a recessão do início dos anos 90, a tendência acelerou.
A cada ano, mais e mais pessoas em todo o mundo compram arte. Então, quando exatamente é que esses compradores se tornam colecionadores e merecem ser incluídos no Top 200?
- 35ª Bienal de São Paulo divulga lista completa de artistas
- Bienal de Veneza 2024 celebrará as diásporas sob o título “Foreigners Everywhere”
- Phillips lança Dropshop, com venda direta de artistas para colecionadores
Essa pergunta foi feita diretamente a estes 200 colecionadores, que saberiam a resposta melhor do que ninguém. A surpresa é o entusiasmo com que responderam, com pontos de vista variados e distintos.
Quem são os colecionadores de arte?
“Existem tantas definições de colecionador quanto colecionadores”, disse Jarl Mohn, cuja coleção é conhecida por suas principais obras de artistas American Light & Space, combinadas artistas emergentes. Para ele, um conjunto de obras torna-se uma coleção quando reflete uma perspectiva única: “Uma coleção verdadeiramente grande não deve ser confundida com outra coleção. Reconheço [que]muito poucos validam este ponto de vista, mas é o meu.”
Anita Blanchard repetiu esse sentimento, dizendo: “Alguns colecionam obras com uma visão geral. Alguns colecionam uma época, meio ou estilo específico. Alguns se concentram até mesmo em um único artista. Tudo o que importa é que a coleção reflita, em última análise, a jornada autêntica dos colecionadores, de modo que a história de suas vidas, à medida que interagem com o mundo da arte, possa ser contada através do trabalho que possuem.”
Quando a ARTnews iniciou esta lista, a ideia de colecionadores venderem obras de arte – especialmente de artistas vivos – era muito mais tabu do que é hoje. Para Pamela Joyner, o segredo é ser criterioso. “Ser um colecionador no sentido mais pleno e honroso”, disse ela, “inclui defesa de direitos, compra de obras em momentos críticos, exposição de obras para segmentos-chave do público, empréstimos e doações ativas, incentivo a estudos e, claro, ser sensível sobre como e quando retirar quaisquer peças.”
No topo da lista de exposições imperdíveis de muitos colecionadores estavam mostras com foco contemporâneo, como a Bienal de São Paulo deste ano, a bienal Made in L.A. e a Bienal de Veneza de 2024, bem como pesquisas históricas como o “Manet/Degas”, mostra que viajou do Musée d’Orsay em Paris ao Metropolitan Museum of Art. Outros citaram exposições de artistas em galerias e retrospectivas de Ed Ruscha e Isa Genzken.
Na lista figuram os brasileiros Pedro Barbosa, Genny e Selmo Nissenbaum, Andrea e José Olympio Pereira.
Para uma análise mais profunda deste cenário, as obras que estes colecionadores têm buscado e o que eles têm realizado, vale a pena conferir o ARTnews Top 200 Colecionadores na íntegra.