‘Cut & Run’ ocupa a Galeria de Arte Moderna da Escócia com estênceis inéditos – e o banheiro do artista
Há uma estátua do Duque de Wellington do lado de fora da Galeria de Arte Moderna da Escócia (GoMA) e, por mais de 40 anos, os habitantes de Glasgow a cobriram com um cone de trânsito. Quando as autoridades locais criaram, em 2013, um esquema para elevar a estátua de modo que não pudesse ser alcançada por chapeleiros improvisados, houve protestos públicos e uma petição que rapidamente reuniu milhares de signatários. O cone ficou, um monumento ao senso de humor lúdico da cidade.
Banksy a considera sua obra de arte favorita no Reino Unido e uma das principais razões pelas quais sua primeira mostra oficial em 14 anos (houve inúmeras não oficiais) será exibida na instituição escocesa.
Sala de abertura de “Cut & Run” de Banksy na Galeria de Arte Moderna em Glasgow. Foto: Jeff J. Mitchell/Getty Images
“Cut & Run”, que permanece em cartaz até 28 de agosto, leva as pessoas para dentro da prática e do pensamento de um dos artistas de rua mais famosos do mundo, por meio de obras de arte, artefatos e itens pessoais – incluindo seu banheiro – muitos dos quais nunca foram exibidos antes. Essa intenção fica clara desde a primeira sala, na qual os visitantes passam por uma réplica do ateliê do artista com uma prateleira de latas de spray e uma estação de trabalho devidamente desorganizada.
As obras em exibição vão de 1988 até o presente, com destaque para os estênceis originais de Banksy para algumas de suas peças mais famosas, que ele afirma ter escondido por muito tempo por medo de ser acusado de danos criminais.
Estão presentes Kissing Coppers (2004), que mostra dois policiais se beijando e apareceu pela primeira vez do lado de fora de um pub em Brighton, a capital LGBTQ + do Reino Unido; Port Talbot, que destacou a má qualidade do ar da região com um menino de braços abertos brincando em cinzas semelhantes à neve; e um dos grafites da série “Borodyanka, Ucrânia”, com uma jovem ginasta realizando uma parada de mão, pintada como um protesto contra a invasão do país pela Rússia.
“Cut & Run” apresenta outras provocações que fogem do grafite como suporte, incluindo um capacete da tropa de choque transformado em uma bola de discoteca e o colete com estampa da Union Jack que ele fez para o rapper britânico Stomzy em 2019.
Visitante olha para um capacete da polícia decorado como bola de discoteca feito por Banksy em sua exposição na Galeria de Arte Moderna em Glasgow. Foto: AFP
Os visitantes também são brindados com uma análise detalhada de Love is in the Bin, a obra de Banksy de 2018 que se desfez momentos depois de ser vendida por US$ 1,4 milhão na Sotheby’s (e vendida por US$ 25,4 milhões, na mesma casa de leilões, três anos depois).
O GoMA, que é administrado pelo conselho da cidade, está compreensivelmente feliz por ter sido escolhido como palco para uma exposição oficial de Banksy. “A arte de rua se tornou uma das assinaturas de Glasgow”, disse a vereadora Susan Aitken, líder do Conselho Municipal de Glasgow, em um comunicado. “Não há ninguém que tenha feito mais para colocar a arte de rua no centro da cultura, da política e da sociedade do que Banksy. Estamos muito satisfeitos por Banksy ter escolhido Glasgow para hospedar seu trabalho”.
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A short fly through film of Banksy's new exhibition at Glasgow's GoMa by @MearnsColin@heraldscotland pic.twitter.com/v9SkbcTjWy
— Craig Williams (@glasgowmixtape) June 15, 2023
Via Artnet News
