Em 2017, outra artista aborígene, Tracey Moffatt, representou o país na Bienal
A Austrália anunciou que Archie Moore, um artista Kamilaroi e Bigambul residente em Redlands, Queensland, representará o país na próxima Bienal de Veneza , prevista para abril de 2024.
Moore será o segundo artista aborígine a representar a Austrália na Bienal em uma apresentação individual, depois de Tracey Moffatt em 2017. Ellie Buttrose, curadora de arte contemporânea australiana na Queensland Art Gallery | Gallery of Modern Art em Brisbane, organizará o pavilhão de Moore.
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O trabalho de Moore frequentemente aborda questões relacionadas à história aborígine, a desinformação sobre ela e como os objetos podem representar aspectos de uma identidade. Entre seus trabalhos mais notáveis está uma encomenda de 2018 para o Aeroporto Internacional de Sydney conhecida como United Neytions, que apresenta um agrupamento de grandes bandeiras penduradas destinadas a celebrar “os povos indígenas locais em cujas terras tradicionais o aeroporto (uma zona internacional ou ‘terra de ninguém’) se encontra”, como Moore escreveu certa vez.
Na Bienal de Veneza, os povos indígenas ganham maior visibilidade nos pavilhões nacionais, que acontecem de forma independente da exposição principal. Em 2019, o coletivo Isuma tornou-se o primeiro grupo de artistas inuítes a representar o Canadá e, em 2022, o Pavilhão Nórdico, que historicamente era de artistas brancos da Suécia, Noruega e Finlândia, foi feito por três artistas Sámi e rebatizado na língua daquele povo.
“Obrigado a todos por sua tremenda crença em meu trabalho proposto para o Pavilhão da Austrália, na grandiosa Bienal de Veneza”, disse Moore em um comunicado.
Outros pavilhões nacionais já apresentaram seus artistas escolhidos. O artista Guerreiro do Divino Amor representará a Suíça, Edith Karlson representará a Estônia, Julien Creuzet ocupará o Pavilhão Francês e John Akomfrah, o da Grã Bretanha, enquanto Pakui Hardware (Neringa Cerniauskaite e Ugnius Gelguda) e Marija Teresė Rožanskaitė serão os artistas do Pavilhão da Lituânia. A curadoria da exposição principal, que não tem ligação com os pavilhões, ficará a cargo do brasileiro Adriano Pedrosa.