O diretor artístico do MASP será o primeiro sul-americano a receber o Prêmio Audrey Irmas, de Nova York, que reconhece a atuação de curadores
Adriano Pedrosa, o curador por trás de uma aclamada série de exposições, ganhou um prêmio de $ 25.000 concedido pelo Bard College’s Center for Curatorial Studies.
Ele é o ganhador de 2023 do Prêmio Audrey Irmas de Excelência Curatorial, destinado anteriormente a uma série de curadores conceituados, de Carolyn Christov-Bakargiev a Okwui Enwezor. Ele é um dos poucos curadores latino-americanos a ganhar o prêmio.
Pedrosa é o diretor artístico do Museu de Arte de São Paulo, onde iniciou a série “Histórias”, cujo objetivo é refletir sobre vertentes pouco reconhecidas da história da arte.
O mais conhecido desses programas é “Histórias Afro-Atlânticas” de 2018. A mostra épica inicialmente apresentava centenas de obras e atualmente está viajando pelos Estados Unidos em uma versão ajustada, elogiada pela vice-presidente Kamala Harris como “histórica”.
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A exposição enfoca o comércio transatlântico de escravos, seus efeitos duradouros nas comunidades negras ao redor do mundo e a perseverança, apesar dos horrores causados por ele. Com foco no racismo sistêmico e em artistas menos conhecidos, a mostra foi considerada um divisor de águas e um exemplo do tipo de curadoria de ponta que instituições poderiam empreender.
Outras edições da série “Histórias” têm como foco a temática queer, comunidades indígenas, dança e história nacional do Brasil.
Tom Eccles, diretor executivo da CCS Bard, disse em comunicado que a série “Histórias” é “pioneira”, acrescentando que “o compromisso de Adriano Pedrosa em ampliar e recontextualizar obras que abordam temas prementes de nosso tempo conquistou novos públicos no diálogo artístico crítico de São Paulo”.
Eccles complementa: “Seu trabalho promove os mais altos valores sociais e cívicos das artes visuais, contribuindo com novas perspectivas que impulsionam todo o campo.”
Via ARTnews