A crescente influência da moda no mundo da arte também foi notável
A revista de arte alemã Monopol divulgou sua lista anual das 100 pessoas que considera mais importantes no mundo da arte contemporânea. Como um dos primeiros a ser publicado este ano, o ranking oferece uma prévia de quem conseguiu se destacar em um ano repleto de sucessos e polêmicas.
Auxiliada por um conselho consultivo de especialistas, a revista lançou medidas objetivas, como vendas em leilões, em favor da avaliação de “influência e visibilidade”. A lista varia muito de ano para ano; apenas Marc Spiegler (10), cujo próximo passo está sendo observado de perto depois que ele recentemente deixou o cargo de diretor global da Art Basel, e o coletivo curatorial indonésio Ruangrupa (2) entraram no top 10 do Monopol em 2021 e 2022.
“Vemos esta lista principalmente como uma contribuição ao debate e uma homenagem a todas as pessoas que vivem a arte todos os dias e a tornam tangível”, declara o prefácio da revista.
O ranking traz Nan Goldin em primeiro lugar, uma favorita garantida entre as listas de poder da arte nas publicações dos últimos anos, graças ao seu poderoso ativismo.
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Talvez mais surpreendente seja a inclusão dos manifestantes climáticos (19), presença constante nas manchetes recentes. Embora a Monopol tenha questionado se suas táticas faziam sentido, concluiu que eles “enfatizam o valor da arte para a sociedade”.
Quando o coletivo Ruangrupa ficou em quarto lugar no ano passado por seu repensar radical da curadoria antes da Documenta 15 deste ano em Kassel, ninguém poderia prever as controvérsias que cercariam a exposição. Eles certamente permaneceram influentes e visíveis, chegando ao segundo lugar este ano. Não é de surpreender que Meron Mendel, diretor do Centro Educacional Anne Frank, chegue em 8º lugar, tendo sido contratado para lidar com as disputas sobre o antissemitismo.
Indicativo, certamente, da crescente influência da moda no mundo da arte, o diretor criativo georgiano da Balenciaga, Demna, ficou em décimo quarto lugar. A lista cita suas ideias ousadas e provocantes, incluindo dedicar a coleção de inverno 2022 da casa de moda aos refugiados.
Atrás dele estava Miuccia Prada (15), logo acima do artista Hito Steyerl (16) e dos marchands Iwan e Manuela Wirth (17). A estilista desempenhou um grande papel este ano com uma série de shows poderosos em sua fundação em Milão, e também durante a Bienal de Veneza.
O colecionador de arte Bernard Arnault, responsável pela Fondation Louis Vuitton em Paris, ficou em 71º lugar, talvez devido aos rumores generalizados de que seu império de luxo LVMH adquiriria a mega galeria Gagosian.
Outros indivíduos de alto escalão incluem o artista Francis Alÿs (3) que representou a Bélgica na Bienal de Veneza. A curadora da exposição “The Milk of Dreams”, Cecilia Alemani, alcançou o quarto lugar. A artista performática americana Joan Jonas ficou na posição 5 (certamente devido à sua grande retrospectiva na Haus der Kunst em Munique, que abriu neste outono). Max Hollein, diretor do Met, ficou em sexto lugar, e a escultora Simone Leigh, que representou os EUA na Bienal de Veneza, ficou em 7º lugar.