Paço Imperial abre exposição com os artistas vencedores do Prêmio PIPA 2022

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Os quatro ganhadores ocupam o Terreiro do Paço Imperial mais de 30 obras

O Paço Imperial recebe, até 30 de outubro, a Exposição dos Premiados do PIPA 2022, um dos prêmios mais importantes das artes visuais, com mais de trinta obras dos quatro contemplados: Coletivo Coletores, Josi, Uýra e Vitória Cribb.

Entre os 61 artistas participantes desta 13ª edição os quatro foram escolhidos pelo Conselho do PIPA por terem obras contundentes e representativas do que está sendo feito em um país tão plural como o Brasil. Como parte da premiação, cada um recebe uma doação de R$20 mil.

Coletivo Coletores, “25 de Julho”, 2020, video mapping

Coletivo Coletores, “25 de Julho”, 2020, video mapping

O Coletivo Coletores ocupou, além do Terreiro, espaços externos do Paço Imperial com um trabalho em videomapping na fachada do prédio colonial. No dia da abertura, o Coletivo estacionou um led truck na Praça XV, após circular pela cidade do Rio com uma das projeções, “Não retornados”. Além disso, a dupla de artistas Toni Baptiste e Flávio Camargo também exibe uma vídeo-instalação em NFT, “Histórias que não ninam”.

Josi, “Da série: Decantações, fervuras e temperamentos”, 2022, água de feijão preto e açafrão sobre papel, 35 x 44 cm

Josi, “Da série: Decantações, fervuras e temperamentos”, 2022, água de feijão preto e açafrão sobre papel, 35 x 44 cm

Josi exibe uma série de pinturas com a técnica original desenvolvida por ela: o uso de água de feijão preto sobre papel e tecido. A artista também utiliza goma de farinha de trigo e terra em seus desenhos, além de trazer como suporte a peneira e o quarador de madeira para as pinturas. Josi apresenta, também, algumas esculturas de cerâmica.

UÝRA traz um pouco da floresta Amazônica para o Paço Imperial a partir de bandeiras com fotos do dossel (cobertura das árvores da floresta). Nos tecidos, o público pode ver os animais que habitam a Amazônia, por meio do desenho feito pelas folhas das árvores.

Por fim, Vitória Cribb apresenta um site-specific pensado especialmente para o Paço Imperial, com o filme “@ilusão” (2020). Na obra, a repetição imagética reflete sobre o estado de ânsia, estresse, cansaço e solidão que nos acomete ao interagir com o outro, principalmente no meio digital, por conta do algoritmo e do engajamento constante. A ideia da artista é “incorporar um ambiente contemporâneo digital sob uma arquitetura colonial marcada pela violência e exploração de grupos marginalizados”.

Desde 2020, a exposição do Prêmio não tem caráter competitivo. Esta mostra é, também, uma celebração da escolha dos quatro artistas como premiados da edição. Assim, os quatro dividem o Terreiro com obras justapostas, posicionadas de forma a evidenciar as permeabilidades possíveis e aumentando sua potência como conjunto. Sem uma expografia rígida, eles criam juntos um espaço de forma livre e fluida – a exposição é escrita a várias mãos.

O Prêmio Pipa

Com uma trajetória de mais de dez anos no cenário da arte contemporânea, o Prêmio PIPA, uma iniciativa do Instituto PIPA, tem como objetivo divulgar a arte e artistas brasileiros, além de estimular a produção artística nacional. Ao longo de mais de uma década, buscamos apresentar um conjunto que se destaca no meio artístico e que traduz a diversidade e a qualidade da cena cultural no país. O Prêmio PIPA, a partir de 2021, definiu ser um prêmio de fomento para artistas com carreira mais recente, com no máximo 15 anos desde a primeira exposição.

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