Em Beverly Hills, a galeria exibe obras de Richard Prince, Maurizio Cattelan, Rudolf Stingel e Felix Gonzalez-Torres
O posto avançado da Gagosian em Beverly Hills, a poucos passos da movimentada Santa Monica Boulevard, foi transformado em um refúgio tranquilo graças a exposição chamada simplesmente de “Begin”.
Concebida pelo respeitado curador Francesco Bonami, a exposição é sucinta, apresentando quatro obras monumentais de artistas que sabem como fazer os espectadores sentirem. “A exposição é sobre caminhar, atravessar, olhar, dormir, temer e morrer”, Bonami diz, “mas também nos lembra que toda vez que andamos, atravessamos, olhamos, dormimos, tememos ou morremos, temos a oportunidade de começar de novo”.
A maior obra recebe os visitantes: Father (2021), de Maurizio Cattelan, uma imensa fotografia em preto e branco das solas de dois pés descalços cobertos de sujeira, com a pele enrugada. É impossível não pensar nos pés como pertencendo a um cadáver, pronto para ser retirado do armário do necrotério. Já a instalação de tapetes Sem título (1994/2022), de Rudolf Stingel, abafa os passos dos visitantes e abafa o som da sala de pé-direito alto.
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Também está em destaque “Sem título” (beginning), obra de 1994 de Felix Gonzalez-Torres, uma cortina de contas verdes e prateadas que pende do teto ao longo da entrada para os visitantes passarem. O trabalho de Gonzalez-Torres lembra a inevitabilidade de encontrar a AIDS durante o início de sua crise, assim como a COVID-19 permeou todos os aspectos da vida cotidiana e continua sendo uma forte presença nas interações sociais.
O último trabalho é de Richard Prince, Spiritual America 4, um retrato da modelo Brooke Shields, segundo trabalho de Prince. (A primeira foi apropriada da foto de Shields de outro artista aos 10 anos, levando a um processo da modelo e de sua mãe). Esta versão de 2005 foi criada com a participação total de Shields, de 40 anos, após assumir o controle da sua imagem e sexualidade.