O artista expõe a série de novos trabalhos em uma instalação de pinturas site-specific, em diálogo com um dos espaços mais importantes do Palazzo Ducale, a Sala dello Scrutinio, e com a história de Veneza
Anselm Kiefer apresenta um novo corpo de trabalho na Sala dello Scrutinio e na Sala della Quarantia Civil Nova no Palazzo Ducale (Palácio Ducal) em Veneza para coincidir com a 59ª Bienal de Veneza.
Kiefer foi convidado pela Fondazione Musei Civici di Venezia (MUVE), para apresentar uma instalação site-specific de pinturas que responde a um dos espaços mais importantes do Palazzo Ducale e à história de Veneza. A exposição vai até 29 de outubro de 2022.
“Às vezes acontece que há uma convergência entre os momentos passados e presentes e, à medida que eles se juntam, experimentamos algo dessa quietude no oco de uma onda prestes a quebrar. Originados no passado, mas pertencentes no fundo a algo mais que o passado, tais momentos pertencem tanto ao presente quanto ao passado, e o que eles geram é da maior importância”
Anselm Kiefer
O Palazzo Ducale serviu de pano de fundo para gerações de artistas, incluindo Giovanni Bellini, Vittore Carpaccio, Ticiano, Veronese, Tintoretto e muitos outros. O espaço monumental da Sala dello Scrutinio foi o local das eleições do Doge e suas paredes são ricamente decoradas com pinturas que celebram o poder da Serenissima Repubblica di Venezia.
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As referências filosóficas e literárias sempre foram centrais para a compreensão da obra de Anselm Kiefer. A exposição leva o título Anselm Kiefer Questi scritti, quando verranno bruciati, daranno finalmente un po’ di luce (Andrea Emo), traduzido livremente como “Estes escritos, quando queimados, finalmente lançarão um pouco de luz”, dos escritos do filósofo veneziano Andrea Emo (1901-1983). Kiefer conheceu o trabalho de Emo há seis anos e seu método artístico tem paralelos impressionantes com o pensamento do filosófo.
Na instalação no Palazzo Ducale, Anselm Kiefer também reflete sobre a posição única de Veneza entre norte e sul e a interação do Oriente com o Ocidente. Ele vê conexões igualmente significativas entre todas essas diferentes culturas e a história de Veneza.
Gabriella Belli, diretora da Fondazione Musei Civici di Venezia, disse: “A missão deste grande projeto é compreender a necessidade dos espaços públicos testemunharem o nosso tempo, construir uma epifania da nossa contemporaneidade e colocar em cena o presente e os seus valores universais.”