Os dados são do relatório anual Art Basel UBS Report, que sinaliza a volta do mercado de arte aos níveis da pré-pandemia
As vendas de arte aumentaram 29% no ano passado, para US$ 65,1 bilhões, de acordo com o relatório da Art Basel e do UBS divulgado esta semana, em uma forte recuperação da crise pandêmica impulsionada por um aumento nos leilões públicos e nas vendas online.
Pontos-chave
- O total, que inclui vendas de arte e antiguidades através das casas de leilões e negociantes, supera os US$ 64,1 bilhões em vendas de 2019, estimados pelo relatório UBS e Art Basel daquele ano.
- As vendas de leilões públicos aumentaram 47%, para US$ 26,3 bilhões em 2021, e a combinação dos leilões presenciais com transmissões ao vivo on-line esteve entre os mais bem-sucedidos.
- Apesar de mais eventos presenciais acontecendo no ano passado, as vendas online aumentaram 7%, para US$ 13,3 bilhões, representando 20% do mercado total (essa participação é 5% menor do que em 2020, quando os leilões online substituíram amplamente os eventos ao vivo, mas ainda é mais do dobro dos 9% registrados em 2019, observou o relatório).
- Os sinais de recuperação da confiança do mercado incluíram o retorno de obras mais notáveis ao leilão, incluindo a venda histórica de US$ 676 milhões da primeira metade da coleção Macklowe (que está a caminho de quebrar o recorde de maior venda pública de arte), assim como algumas pinturas raras de Jean Michel-Basquiat e “Portrait of a Young Man Holding a Roundel” de Sandro Botticelli.
Obra mais cara
Por US$ 103,4 milhões, o martelo foi batido para a pintura mais cara vendida em leilão no ano passado: “Femme Assise près d’une Fenêtre (Marie-Thérèse)”, de Pablo Picasso. A venda anunciada em abril de 2021 foi amplamente vista como um teste para avaliar o mercado após a queda do ano anterior. O lance vencedor foi quase o dobro da estimativa da pintura.
NFTs
O relatório anual da Art Basel e do UBS este ano se expandiu do território padrão das casas de leilões e negociantes para incluir tokens não fungíveis. As NFTs explodiram em popularidade no ano passado, com as vendas dos colecionáveis digitais intermediadas pela Christie’s e Sotheby’s, embora em “valores limitados até agora”, segundo o relatório. As vendas de NFT da Christie’s renderam US$ 150 milhões – incluindo um recorde de US$ 69,3 milhões para um trabalho do Beeple – enquanto a Sotheby’s atingiu US$ 80 milhões. US$ 4,6 milhões em 2019, de acordo com o relatório, que usou dados do NonFungible.com.
O que observar…
Se o forte crescimento continua este ano. Na semana passada, a Christie’s anunciou o leilão de uma rara impressão de Andy Warhol de Marilyn Monroe com uma estimativa de US$ 200 milhões, que a casa de leilões disse ser a mais alta até agora para qualquer obra de arte. “Salvator Mundi”, de Leonardo da Vinci, alcançou um recorde de US$ 450 milhões em 2017, depois de receber uma estimativa de pré-venda de cerca de US$ 100 milhões. Outro grande leilão no horizonte é a segunda metade da venda da coleção Macklowe, prevista para maio.