Destacamos algumas exposições para entrar no seu radar neste primeiro semestre – desde um dueto entre Etel Adnan e Van Gogh até pinturas de Francis Bacon

O mundo da arte da Europa estará agitado este ano com uma série bienais acontecendo no primeiro semestre de 2022. E já começa com a 59ª Bienal de Veneza, da curadora Cecilia Alemani, que abre em abril depois de ser adiada um ano devido as restrições da pandemia.

Em junho, a Documenta retorna a Kassel, desta vez com curadoria do coletivo ruangrupa, da Indonésia. Mas dentro e ao redor dessas duas mostras marcantes há muitas exposições imperdíveis em toda a Europa, desde uma grande retrospectiva de Hito Steyerl na Holanda até uma exposição no Reino Unido dedicada às obras têxteis de Louise Bourgeois.

Georgia O’Keeffe
Fondation Beyeler, Basel
23 de janeiro a 22 de maio

“Raramente se demora para realmente ver uma flor. Eu a pintei grande o suficiente para que outros vissem o que eu via”, disse Georgia O’Keeffe no início de 1926. Os visitantes da Fondation Beyeler terão cinco meses para ver em primeira mão o olhar da artista, que morreu em 1986, figura-chave da arte americana moderna. A exposição, a primeira do gênero na Suíça em quase duas décadas, apresentará trabalhos importantes de O’Keeffe ao longo de seis décadas.

Hito Steyerl: “I Will Survive”
Stedelijk Museum, Amsterdam
29 de janeiro a 12 de junho

Francis Bacon: Man and Beast
Royal Academy, London
29 de janeiro a 17 de abril

O RA fará uma grande exposição sobre o pintor irlandês do século 20, com foco em suas obras viscerais que representam animais. Filho de um criador de cavalos, a fascinação de Francis Bacon pela fauna moldou sua abordagem da figura humana. A exposição inclui 45 pinturas que abrangem 50 anos, desde suas primeiras pinturas de criaturas biomórficas das décadas de 1930 e 40 a um trio de obras sobre touradas de 1969 – as últimas são mostradas juntas pela primeira vez ao lado de seu trabalho final, um estudo de um touro, pintado em 1991.

Louise Bourgeois: The Woven Child
Hayward Gallery, London
9 de fevereiro a 15 de maio

Esta grande retrospectiva da renomada artista francesa se concentrará exclusivamente na virada do final de sua carreira, com esculturas feitas com tecidos. Estarão presentes mais de 90 obras, que vão desde meados da década de 1990 até sua morte em 2010, revisitando muitos dos assuntos que preocuparam a artista ao longo de sua carreira histórica.

Revolusi! Indonesia Independent
Rijksmuseum, Amsterdam
11 de fevereiro a 5 de junho

Rachel Jones: Say Cheeeeese
Chisenhale Gallery
12 de março a 12 de junho

 Carrie Mae Weems: The Evidence of Things Not Seen
Württembergischer Kunstverein, Stuttgart
12 de março a 3 de julho

Donatello: the Renaissance
Palazzo Strozzi and Museo del Bargello, Florence
19 de março a 31 de julho

 Gaudí (1852-1926)
Musee d’Orsay, Paris
12 de abril a 17 de julho

Barbara Kruger
Neue Nationalgalerie, Berlin
29 de abril a 28 de agosto

“Meriem Bennani: Life on the CAPS”
Nottingham Contemporary, Nottingham
May 7–September 4

Etel Adnan
Van Gogh Museum, Amsterdam
20 de maio a 4 de setembro

O Museu Van Gogh apresentará a primeira retrospectiva da obra de Etel Adnan desde sua morte aos 96 anos, em novembro de 2021, bem como sua primeira grande exposição na Holanda. O aclamado artista e escritor de Beirute era conhecido por suas vívidas paisagens abstratas. A exposição holandesa irá considerar a sobreposição nas práticas artísticas de Adnan e van Gogh – seu fascínio mútuo pela cor e pela natureza, mas também pela linguagem poética – ao mostrar pinturas e obras literárias de ambos os artistas lado a lado.

A Century of the Artist’s Studio 1920–2020
Whitechapel Gallery, London
17 de fevereiro a 29 de maio

Anish Kapoor
Gallerie dell’Accademia
20 de abril a 9 de outubro

Com curadoria de Taco Dibbit, diretor do Rijksmuseum , esta retrospectiva de Kapoor promete ser um dos sucessos de bilheteria de 2022. “É uma grande honra ser convidado a me envolver com as coleções da Gallerie dell’Accademia em Veneza; talvez uma das melhores coleções de pintura clássica em qualquer lugar do mundo”, disse Kapoor. “Toda arte deve se engajar com o que existia antes.”

“The Milk of Dreams”
Bienal de Veneza
23 de abril a 27 de novembro

A adiada Bienal de Veneza de 2020 parece que finalmente está acontecendo. “Sob a pressão cada vez mais invasiva da tecnologia, as fronteiras entre corpos e objetos foram totalmente transformadas, trazendo profundas mutações que remapearam subjetividades, hierarquias e anatomias”, diz a declaração da curadora Cecilia Alemani. A exposição central será baseada em The Milk of Dreams, um livro da artista surrealista Leonora Carrington.

Tony Cokes: ”Some Munich Moments 1937-1972″
Haus der Kunst, Munich
10 de junho a 23 de outubro

 

 

‘I Call It Art’
National Museum, Oslo
a partir de 11 de junho

 

Documenta Fifteen
Vários locais, Kassel
18 de junho a 25 de setembro

Documenta será dirigida por ruangrupa, coletivo de artistas e criativos de Jacarta, Indonésia. O conceito de lumbung, que significa “celeiro de arroz” em indonésio e se refere a safras armazenadas como um recurso comum para uso futuro, impulsiona a exposição. “Para a documenta 15 vamos nos concentrar nas práticas artísticas que dependem de acúmulos de valor no tempo, conhecimento e disseminação. Como podemos investir nesse tipo de prática? O que significa investimento?”. Os curadores já estão pensando de forma diferente sobre o que uma exposição deve fazer pelo público: eles anunciaram sua primeira lista de artistas em uma revista local que beneficia os moradores de rua.