Pintura de Frida Kahlo se torna a obra de arte latina mais cara em leilões

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Assumindo o posto ocupado por Diego Rivera, a tela “Diego y Yo”, de Kahlo, foi vendida por US$ 34,9 milhões, em venda da Sotheby’s que totalizou US$ 283 milhões

A expectativa na noite de venda na Sotheby’s era a de que um retrato de Frida Kahlo estabelecesse novo recorde para uma artista feminina. No entanto, Diego y yo (1949) ficou abaixo do recorde de O’Keeffe, de US$ 44,4 milhões, sendo vendida por US$ 34,9 milhões para o colecionador argentino Eduardo F. Costantini – um dos grandes colecionadores do mundo e fundador do museu privado MALBA, em Buenos Aires.

Frida Kahlo, Diego y yo (Diego and I) (1949). Courtesy of Sotheby’s.

Frida Kahlo, Diego y yo (Diego and I) (1949). Courtesy of Sotheby’s.

Ainda assim, foi uma bela quantia para Kahlo e posicionou Diego y yo como a obra de arte latina mais cara já vendida em leilão – triplicando o recorde anterior de US$ 9,8 milhões pago por uma pintura do parceiro de Kahlo, Diego Rivera, The Rivals ( 1931).

Diego y yo  é um autorretrato de Frida Kahlo, mantido em coleção particular por cerca de 30 anos. A pintura retrata a artista olhando em lágrimas para o espectador com uma imagem de seu marido, o pintor mexicano Diego Rivera, sobreposta em sua testa, servindo como uma espécie de terceiro olho. O recorde anterior de Kahlo em leilões era de US$ 8 milhões.

Este novo recorde estabelecido é um indicativo de uma mudança mais ampla no apetite do mercado pela arte latina, observada nos últimos meses. além de Costantini, também estava presente Gary Nader, um dos compradores mais prolíficos de arte latina de Miami, que mirou em obras de Joaquin Torres-Garcia, Armando Reveron, Wilfredo Lam, Remedeos Varos, Matta e Leonora Carrington.

Leonor Fini,Les Aveugles, 1968

Leonor Fini,Les Aveugles, 1968

No topo das vendas estava Les Feuilles mortes (Les heures mortes, El hilo) (1956), de Varos, vendida por US$ 2,7 milhões acima de uma estimativa alta de US$ 2 milhões. A pintura sensual da pintora ítalo-argentina Leonor Fini, Les Aveugles (1968), estourou sua estimativa (de US$ 200.000 a US$ 300.000), alcançando US$ 867 mil. E a pintura Nature morte aux trois citrons jaunes (1916), de Rivera, foi vendida por US$ 3,3 milhões, quando sua estimativa girava entre US$ 1,8 milhões e US$ 2,5 milhões.

O lote mais caro da noite foi Coin du bassin aux nymphéas (1918), de Claude Monet, vendida por US$ 50,8 milhões, bem acima de sua estimativa de US$ 40 milhões. A taxa de entrega da noite foi quase perfeita, com 46 dos 47 lotes oferecidos encontrando compradores. Ao todo, o leilão totalizou US$ 283 milhões, superando sua estimativa de pré-venda entre US$ 192,2 e US$ 266,9 milhões.

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