O portal Artsy lançou esta semana seu relatório – um panorama sobre o comportamento dos colecionadores durante a pandemia, com previsões para os próximos passos

O relatório “Art Collecting 2021: An Artsy Report” foi publicado esta semana, baseado nas respostas de milhares de colecionadores, com o objetivo de elucidar como os hábitos de compra mudaram durante a pandemia.

Colecionismo online

O gráfico acima mostra o aumento de colecionadores comprando arte online de 2019 a 2021. Quando a  Artsy pesquisou um grande grupo de colecionadores em 2019, 64% deles disseram que compraram pelo menos uma obra de arte online. A parcela de colecionadores que compram online cresceu quase um terço desde então, com 83% dos entrevistados da pesquisa de 2021 dizendo que compraram arte online.

Essa participação foi ainda maior entre os “Colecionadores da Próxima Geração”, um subconjunto de compradores que começou a colecionar nos últimos quatro anos; 91% deles disseram que compraram arte online. Os colecionadores da próxima geração são mais jovens do que o grupo geral de colecionadores pesquisado e ficam mais à vontade para descobrir e comprar arte diretamente de seus telefones.

Artistas com maior aumento de demanda em 2020

Os artistas que viram o maior aumento na demanda no Artsy em 2020 foram artistas emergentes de origens raciais diversas.

Entre os 20 artistas que tiveram o maior aumento de demanda no último ano no Artsy, 15 são artistas negros. O grupo também apresenta certo equilíbrio entre os gêneros masculino e feminino, com nove artistas mulheres no Top 20.

Artistas com maior demanda, no geral

No geral, 45% dos colecionadores pesquisados expressaram preferência por colecionar obras de artistas consagrados. A atividade do mercado no Artsy confirma isso: os artistas com mais demanda em 2020 incluem artistas bluechip como Andy Warhol, JeanMichel Basquiat, Yayoi Kusama e Takashi Murakami, e figuras conhecidas associadas à arte de rua, como KAWS, Banksy e Keith Haring.

Pontos de destaque do relatório

Em 2019, quando a Artsy pesquisou, com os colecionadores de arte, sobre suas atividades online, as vendas digitais representavam apenas 9% do mercado de arte; mais de um terço dos colecionadores (36%) disseram que nunca haviam comprado arte online. Com a pandemia, as vendas digitais tornaram-se vitais essenciais para artistas e galeristas, com mais colecionadores adotando as ferramentas online.

O mercado de arte online dobrou de valor, representando um quarto de todo o mercado, de acordo com o relatório “The Art Market 2021” de Clare McAndrew”. Entre os colecionadores pesquisados ​​para “Art Collecting 2021: An Artsy Report”, 83% disseram que compraram arte online – um salto de 30% em relação a 2019, refletindo maior conforto ao fazer grandes compras online e confiança na facilidade e segurança das plataformas de vendas online.

Aqui estão algumas das outras descobertas deste relatório:

• Mais de dois terços dos colecionadores (68%) disseram que compraram tantas ou mais obras de arte nos 12 meses anteriores do que em um ano normal. Entre os colecionadores da próxima geração, 78% disseram que compraram o mesmo número ou mais obras no ano passado.
• Quase dois terços (62%) dos entrevistados disseram que a falta de preços visíveis era um obstáculo para a compra de arte online. Isso foi ainda mais pronunciado entre os colecionadores da próxima geração, 71% dos quais disseram que era um obstáculo para a compra de arte online.
• Os colecionadores em geral estavam divididos em sua preferência entre navegar nas obras de arte no desktop e no celular, mas 64% dos colecionadores da próxima geração preferiam descobrir a arte em seus telefones. Os colecionadores da próxima geração também estavam mais propensos a comprar arte de seus dispositivos móveis: 56% disseram que preferem comprar por meio de um site ou aplicativo móvel.
• Dois terços dos entrevistados (67%) disseram que compram arte para construir uma coleção; 47% disseram que apoiar os artistas foi o principal motivador; e 46% disseram que colecionam para se inspirar.
• Quase dois terços dos entrevistados (64%) disseram que colecionar arte é uma de suas maiores paixões.