O espaço reformado divide o século passado em seções temáticas, com atenção especial à diversidade
Em novembro de 2019, depois de quase 30 anos, a galeria do século 20 do Victoria and Albert Museum, em Londres, fechou suas portas. A ambição era reabrir tendo encontrado uma forma de contar uma nova história dos séculos XX e XXI, “focada no design e na sociedade”.
Na galeria Design 1900-Now gallery, que teve a reabertura atrasada por conta da pandemia, há uma sensação frugal no espaço. Seus curadores, Johanna Agerman Ross e Corinna Gardner, essencialmente tiveram que remixar, em vez de reimaginar completamente, a história do design ao longo do último século e um quarto.
Ao invés de serem organizados cronologicamente, como no antigo espaço, agora as obras estão divididas em seções temáticas. Automation and Labour cobre o período até 1930; Housing and Living nos leva até um pouco antes da segunda guerra mundial; Crisis and Conflict percorre o período do pós-guerra; Consumption and Identity começa na década de 60 e início dos anos 70; Sustainability and Subversion se estendem até o milênio; e Data and Communication vão de 2000 até os dias atuais.
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A grande maioria dos itens vem da coleção permanente da V&A, embora 50 do total de 250 sejam novas aquisições. Parte da atualização envolveu o fechamento da galeria Rapid Response Collecting, e agora os itens dessa coleção, que foi criada em 2014, estão espalhados, pontuando a galeria.
Alguns, como um tênis Nike Zoom Vaporfly Elite, que Eliud Kipchoge usou quando quebrou a barreira mítica da maratona de duas horas, são pontos de exclamação sinalizando o impacto inovador do design. Outros, como a campanha do metrô em Nova York que sinalizou o aumento de crimes de ódio anti-asiáticos, são mais como pontos finais que mostram a capacidade da disciplina de transmitir uma mensagem clara e definitiva.
O atraso na abertura coincidiu com a pandemia e também com o movimento Black Lives Matter, que pressagiava exames de coleções e sua falta de diversidade. Isso impactou na mudança do novo espaço, que exibe desde o kit da seleção de futebol da Nigéria de 2018, da Nike, até a sacola de compras Ikea de Virgil Abloh e capas da Vogue UK apresentando trabalhadores importantes em vez das celebridades ou modelos usuais, todos concordando com as novas vozes da sociedade e do design.
O desejo de contar uma versão nova e mais inclusiva dessa história é óbvio, um compromisso real de tentar algo diferente e adicionar significado à “reconstrução”.
Fonte: The Guardian