Com foco em coletivos de artistas, Tate apresenta a lista de finalistas do Turner Prize

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Esta é a primeira vez na história do prêmio em que a lista de indicados é composta inteiramente por coletivos de arte com engajamento social

A Tate Britain anunciou mais uma edição de seu consagrado Turner Prize, que passou por mudanças nos últimos dois anos e é considerado o prêmio de arte de maior prestígio no Reino Unido.

Normalmente, o museu lista quatro artistas individuais. Este ano, ela selecionou cinco coletivos de artistas: Array Collective, Black Obsidian Sound System, Cooking Sections, Gentle / Radical e Project Art Works.

Como parte do Turner Prize, cada coletivo indicado apresentará suas obras em uma exposição conjunta na Herbert Art Gallery and Museum em Coventry, de 29 de setembro de 2021 a 12 de janeiro de 2022. O coletivo vencedor, que será revelado em 1º de dezembro, receberá £25.000 (cerca de US$ 35.000), e os demais grupos receberão £10.000 (US$ 14.000) cada um.

“Uma das grandes alegrias do Turner Prize é a maneira como ele captura e reflete o clima do momento na arte britânica contemporânea”, disse Alex Farquharson, diretor da Tate Britain e presidente do júri do Turner Prize, em um comunicado. “Depois de um ano de confinamento, quando poucos artistas puderam expor publicamente, o júri selecionou cinco coletivos de destaque cujo trabalho não só continuou durante a pandemia, mas se tornou ainda mais relevante como resultado”.

A prática do Array Collective, de Belfast, se estende desde exibições a apresentações e protestos que lidam com questões que afetam a Irlanda do Norte. O Black Obsidian Sound System, de Londres, cria noites de clube, instalações de arte, workshops e muito mais para explorar a “cultura do sistema de som em toda a diáspora africana”. Cooking Sections, também de Londres, analisa as interseções da arte com comida, ecologia, geopolítica e arquitetura.

Artistas do B.O.S.S. Foto: Theodorah Ndovlu

Artistas do B.O.S.S. Foto: Theodorah Ndovlu

Gentle / Radical é uma coalizão composta por artistas, trabalhadores comunitários, performers, praticantes religiosos, escritores e outros que procuram criar espaço para a comunidade em Cardiff e em todo o País de Gales. O Project Art Works, sediado em Hastings, é composto por artistas neurodiversos cuja arte é feita com, para e por neurominoridades.

Além de Farquharson, o júri do Turner Prize 2021 inclui Aaron Cezar, diretor da Fundação Delfina em Londres; Kim McAleese, diretora de programa da Grand Union em Birmingham; o ator Russell Tovey; e a diretora da Chisenhale Gallery, Zoé Whitley.

Project Art Works, Siddharth Gadiyar, Phoenix Art Space, 2019 ©Project Art Works.

Project Art Works, Siddharth Gadiyar, Phoenix Art Space, 2019 ©Project Art Works.

Desde o início do Turner Prize em 1984, apenas um punhado de coletivos foram nomeados. Entre eles estão Art & Language em 1986; Otolith Group em 2010; Forensic Architecture em 2018 e Assemble em 2015, que é, até o momento, o único coletivo a ter ganho o prêmio.

Em 2019, os quatro artistas selecionados – Lawrence Abu Hamdan, Helen Cammock, Oscar Murillo e Tai Shani – enviaram aos membros do júri uma carta pedindo que não escolhessem um único vencedor. “Sentimo-nos fortemente motivados a aproveitar a ocasião do Prêmio para fazer uma declaração coletiva em nome da comunalidade, multiplicidade e solidariedade – na arte como na sociedade”, escreveram eles na época. O júri aceitou seus desejos. O prêmio 2020 foi cancelado por causa da pandemia; em vez disso, a Tate distribuiu “bolsas únicas” de £ 10.000 ($ 12.500 na época) para dez artistas.

Fonte: Artnews e Artnet News

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