Eli Broad, colecionador de arte que mudou a paisagem cultural de Los Angeles, morre aos 87 anos

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Com sua esposa Edythe Broad, o colecionador construiu um museu influente para sua coleção no centro de Los Angeles

O filantropo e empresário Eli Broad, um devotado e poderoso defensor da arte e da cultura em Los Angeles, faleceu em 30 de abril, aos oitenta e sete anos. Embora tenha contribuído generosamente para várias causas, incluindo educação, ciência e medicina, Broad era mais conhecido por suas contribuições a instituições de arte e por fundar seu próprio museu, The Broad, para abrigar a coleção de 2.000 peças de arte contemporânea reunida por ele e sua esposa, Edythe.

Casados desde 1954, acumularam uma coleção de categoria internacional, repleta de artistas que vão desde Jeff Koons a Kerry James Marshall. Os Broads figuram na lista anual dos Top 200 Colecionadores da ARTnews desde sua edição inicial, em 1990.

Enquanto construía sua coleção, Broad fez questão de apoiar os maiores museus de Los Angeles. Ele deu milhões de dólares a instituições como o Los Angeles County Museum of Art e o Museum of Contemporary Art Los Angeles, onde atuou como presidente fundador, e trabalhou incansavelmente para garantir que a área da Grand Avenue da cidade se tornasse um destino de arte. Em 2017, ele se aposentou da filantropia.

Eli Broad with Robert Rauschenberg and Roy Lichtenstein. Photo courtesy of the Eli and Edythe Broad Foundation.

Eli Broad with Robert Rauschenberg and Roy Lichtenstein. Photo courtesy of the Eli and Edythe Broad Foundation.

Broad, que fez fortuna no ramo de construção de residências e seguros, inicialmente se inspirou em Edythe. Tendo frequentado galerias na cidade quando se mudaram para lá na década de 1960, Edythe foi “a primeira colecionadora da nossa família, e depois apareci”, disse Eli certa vez. Ele também encontrou em Taft Schreiber, vice-presidente da MCA-Universal (que possuía obras significativas de arte moderna) um modelo de colecionador.

Durante os anos 70, os Broads adquiriram obras no estilo de Schreiber, comprando peças de Joan Miró, Vincent van Gogh e Henri Matisse. Nos anos 80, eles passaram a comprar trabalhos das maiores estrelas da época, como as fotos de Cindy Sherman, obras de Jean-Michel Basquiat, Anselm Kiefer e Eric Fischl, assim como várias obras de Koons durante os anos 90, incluindo três de suas esculturas mais famosas: Michael Jackson and Bubbles (1988), Balloon Dog (1994) e Rabbit (1986). Nas décadas que se seguiram, os Broads ficaram conhecidos por suas grandes compras em leilões.

Eli e Edythe Broad com obras de Jeff Koons

Eli e Edythe Broad com obras de Jeff Koons

The Broad, um museu de US$ 140 milhões, foi inaugurado em 2015. Seu edifício grandioso permitiu a montagem de exibições de arte monumental que outros museus poderiam ter problemas para apresentar, como uma das Infinity Rooms de Yayoi Kusama, uma pintura de 25 metros de Takashi Murakami, além de exposições blockbuster como “Soul of a Nation: Art in the Age of Black Power”. O museu tem entrada gratuita.

Curador vitalício do MOCA, LACMA e do Museu de Arte Moderna, Eli foi membro da Academia Americana de Artes e Ciências. A da França o presenteou com o Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra em 1994. Suas outras honrarias incluem a Medalha Carnegie de Filantropia em 2007 e o Prêmio David Rockefeller do Museu de Arte Moderna em 2009.

“As civilizações não são lembradas por seus empresários, banqueiros ou advogados”, disse Broad em uma entrevista de 2011 à CBS. “Eles são lembrados pelas artes.”

Em 2017, tendo praticamente transformado L.A. com o patrocínio das artes, Broad anunciou que estava se aposentando.

Fontes: Artforum, Artnet e Artnews

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