Instalada na Fondation Beyeler, a obra está aberta para “visitantes humanos e não humanos”
“Life” é a nova instalação site-specific do artista dinamarquês-islandês, que literalmente alagou o interior da Fondation Beyeler, na cidade suíça de Basel. Nesta mostra individual Eliasson retirou as paredes de vidro do museu, permitindo a invasão de um lago lago adjacente.
O museu, agora apenas uma concha, é deixado aberto aos elementos – e também está aberto aos visitantes 24 horas por dia, dia e noite, até julho.
Os visitantes caminham por plataformas elevadas acima da água tingida de verde e pontilhada com plantas de lago, incluindo nenúfares e conchas selecionadas pelo arquiteto paisagista Günther Vogt. À noite, uma luz azul ilumina o espaço.
A obra de arte “nunca é a mesma e continuará a se transformar durante a exibição”, disse Sam Keller, diretor da Fondation Beyeler, à Artnet News.
“O que é surpreendente são as grandes variações de emoções, reflexos e interações dos visitantes … A pandemia revelou novas camadas de significado e tornou óbvio o quão fortemente nossas vidas estão emaranhadas com outros humanos e não humanos”.
A mostra (que apresenta uranina, um corante não tóxico que o artista usou pela primeira vez em 1998, quando o despejou em vários rios) parece um pouco com uma reinterpretação úmida da aclamada exposição do artista no Museu de Arte Moderna da Louisiana, na Dinamarca em 2014, onde ele redesenhou o museu instalando um leito de pedra em seu interior.
Em Basel, uma brisa sopra através do prédio de Renzo Piano vindo dos jardins do museu, enquanto nenúfares anões, coníferas e samambaias aquáticas flutuam na água verde brilhante por todo o espaço.
Depois de um ano em que grande parte do mundo da arte ocidental passou seu tempo vivendo atrás das telas, a mostra oferece uma experiência visceral para quem pode assistir.
Mas também dá àqueles que ainda estão mais engajados com arte online – como este escritor – a chance de ver o show por meio de cinco transmissões ao vivo.
Ao misturar as fronteiras entre o virtual e o real, Eliasson disse que a exposição se torna mais visivelmente emaranhada com o mundo: “Esse emaranhamento é a nossa maneira de ser”.