As esculturas subaquáticas formarão uma espécie de recife para ajudar a regenerar corais danificados
No final de 2021, os visitantes de Miami Beach terão uma nova atração cultural para conferir – no fundo do oceano.
Artistas, arquitetos, cientistas, preservacionistas e oficiais da cidade estão se reunindo para criar um jardim de esculturas subaquático que formará um recife artificial, ajudando a promover o crescimento dos corais destruídos da área e servindo como um quebra-mar para proteger as praias das tempestades. Quando o projeto estiver concluído, a instalação ReefLine, de 11 quilômetros, proporcionará um lugar para os mergulhadores experimentarem as obras de arte de Leandro Erlich, Ernesto Neto e Agustina Woodgate.
Shohei Shigematsu, do escritório de arquitetura OMA de Rem Koolhaas, com sede em Rotterdam, está liderando o planejamento e contribuindo com sua própria escultura subaquática em grande formato.
- Performance de destaque da Bienal de Veneza de 2019 será apresentada em piscina de Berlim
- Escultura de Giacometti é oferecida pela Sotheby’s por US$ 90 milhões em venda de ofertas confidenciais
- Olafur Eliasson leva 30 icebergs a Londres e traz reflexão sobre os efeitos da mudança climática
“Muitas cidades têm recifes artificiais”, disse Ximena Caminos, fundadora da BlueLab Preservation Society e diretora artística do projeto. “O ingrediente secreto aqui são as artes, mas é crucial que isso seja projetado por artistas e cientistas. Precisamos da cidade, dos cientistas e dos filantropos”.
“Miami Beach tem um ambiente e praias de renome mundial, e nos últimos anos se estabeleceu como um verdadeiro destino internacional de arte e cultura”, disse o prefeito de Miami Beach, Dan Gelber, por e-mail, à Artnet News, “portanto, estamos entusiasmados em receber este projeto único e continuar colaborando com o melhor da comunidade científica e artística para elevar nossa comunidade”.
O projeto de Erlich, Concrete Coral, faz um comentário direto sobre as mudanças climáticas. Ele vai colocar esculturas de carros – entre os piores culpados do aquecimento global – no fundo do oceano, transformando-as em dispositivos para mitigar os efeitos do aquecimento do oceano na cidade costeira. No ano passado, Caminos organizou em Miami Beach o “engarrafamento” de Erlich, com esculturas de carros de areia em tamanho real.
Os carros deste projeto “eram tão impressionantes, que era natural para eles terem vida após a morte”, disse Caminos. “Se não resolvermos isso, as cidades vão acabar submersas. Carros no fundo do oceano se tornam uma visão de como o futuro poderia ser se não trabalharmos juntos”.