Primeira temporada de “Artist Spotlight”, da Gagosian, gera milhões de dólares

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Com a  venda multimilionária da mais nova pintura de Jenny Saville, a Gagosian encerrou sua primeira temporada da série Artist Spotlight

Gagosian encerrou a temporada inaugural de sua série online “Artist Spotlight”, mostra semanal de artistas representados pela galeria, com obras de até US$ 5 milhões. O sucesso da galeria na plataforma, que apresenta comentários editoriais ao lado de suas obras de arte à venda, é mais um sinal de que os negócios estão crescendo no mundo virtual. A série culminou com a venda do novo autorretrato de Jenny Saville, “Virtual “(2020). A Gagosian disse que este é o trabalho mais caro já vendido pela plataforma, mas se recusou a dizer o valor alcançado.

De acordo com Sam Orlofsky, diretor da Gagosian, a iniciativa foi desenvolvida como uma resposta direta à crise da pandemia e uma forma de gerar receitas. “Nós imediatamente começamos a pensar em maneiras de preencher a lacuna até que as exposições pudessem ser reabertas”, disse Orlofsky.



Nos três meses desde o lançamento da série, Gagosian deu destaque a 14 artistas, incluindo Damien Hirst, Jenny Saville, Stanley Whitney, Jennifer Guidi, Theaster Gates, Dan Colen, Urs Fischer, Mark Grotjahn e Mary Weatherford. Até agora, houve vários negócios privados de alto nível.

Uma pintura sem título de Grotjahn, de sua série “Capri”, foi vendida em privado por US$ 5 milhões; duas obras de Hirst (uma vendida por US$ 2,2 milhões e a outra, uma pintura a óleo de 2017-2018 chamada Veil of Hidden Meaning, por US $ 1,5 milhão) foram levadas por colecionadores. Também houve grandes vendas públicas, incluindo um Urs Fischer de US$ 775.000, um Jennifer Guidi de US$ 250.000, um Mary Weatherford de US$ 400.000 e um Titus Kaphar de US$ 300.000. Ao todo, os trabalhos anunciados totalizam US $ 10 milhões, o que sugere que as vendas foram maiores do que o divulgado pela galeria.

Jenny Saville, Virtual, 2020. Oil on canvas, 78 3/4 x 63 in. ©Jenny Saville/Courtesy Gagosian.

Jenny Saville, Virtual, 2020. Oil on canvas, 78 3/4 x 63 in. ©Jenny Saville/Courtesy Gagosian.

Cada artista recebeu um holofote por 48 horas, permitindo que a galeria acompanhasse as solicitações de vendas por mais algum tempo. Depois da vitrine de Grotjahn, por exemplo, mais sete de suas obras foram vendidas. De acordo com Orlofsky, isso indica que no futuro o “Artist Spotlight” pode se expandir para acomodar a demanda e incluir mais de uma peça por vez.

A pandemia forçou o mercado de arte a migrar para as plataformas online. As vendas online totais alcançaram cerca de US$ 4,82 bilhões no primeiro semestre de 2020, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Hiscox Online Art Trade Report divulgado em julho.

Artist Spotlight” se desenvolveu a partir do modelo inicial de sala de exibição online, que serviu como forma de subverter o calendário típico do mundo da arte. “Em tese, havia entre 5 e 10 momentos importantes no calendário, todos os anos, em que todos estavam focados na atividade comercial”, disse Orlofsky. “No entanto, as pessoas estavam começando a ficar cansadas de ter que viajar para esses eventos”. Agora, o cansaço online é um desafio enfrentado pelo mercado de arte.

Após a última crise econômica de 2008, a estratégia da Gagosian foi expandir sua presença global em espaços físicos, abrindo galerias em cidades como Londres, Paris, Roma, Genebra, Atenas e Hong Kong. Agora, a galeria está colocando seu peso no digital – a Gagosian faz experiências online desde 2018, quando teve pela primeira vez um estande virtual na Art Basel, com vendas que totalizaram US$ 2 milhões. Sua série “Artist Spotlight” é apenas uma continuação disto.

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