Galerias trocam Manhattan por Tony Hamptons: será mais do que um romance de verão?

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Pace Gallery e Van de Weghe estão entre as galerias que abrem espaços em Long Island

Com feiras internacionais de arte e eventos sendo cancelados ao longo do ano e galerias de Nova York ainda fechadas, um novo mercado está crescendo 160 quilômetros à leste de Manhattan, em um trecho extremamente rico de Long Island South Fork.

Várias galerias de primeira linha, incluindo Pace, o revendedor Max Levai de Marlborough, Van de Weghe Fine Art, Skarstedt Gallery e a casa de leilões Sotheby’s estão abrindo espaços em East Hampton neste verão, na esperança de capitalizar entre o sofisticado público de colecionadores e especialistas que se reúnem na região. Em um verão sem Bienal de Veneza e com a Art Basel Suíça agora cancelada, a temporada típica de dois meses nos Hamptons foi ampliada e o número de conhecedores e colecionadores de alto nível em Eastern Long Island cresceu exponencialmente.

Christophe Van de Weghe, galerista do Upper East Side, possui uma casa na região há 20 anos, mas nunca havia cogitado abrir um espaço no local. Mas, após o início do recente lockdown, procurou um espaço para seu escritório.

O espaço adjacente será ocupado por Per Skarstedt, e em um local na esquina, a mega galeria Pace irá se estabelecer. “Isso surgiu como resultado direto da situação criada pela pandemia, já que muitos de nossos clientes estão passando o verão aqui. Vimos uma oportunidade de levar nossos artistas e nossa pretensa apresentação da Art Basel diretamente ao nosso público e gerar negócios antes de nossas galerias de Nova York reabram”, afirmou Marc Glimcher, da Pace.

A Pace Gallery, localizada no coração de East Hampton Village, abrirá no início de julho, com programação até outubro. A mostra inaugural é uma exposição individual de Yoshitomo Nara, seguida por uma individual de Torkwase Dyson. Já Skarstedt deve apresentar uma exposição que “espelha” sua sala de exibição online da Art Basel, incluindo obras de George Condo, Willem de Kooning, Eric Fischl, KAWS, Martin Kippenberger, Barbara Kruger, Albert Oehlen, Richard Prince, David Salle, Cindy Sherman, Andy Warhol, Rebecca Warren e Christopher Wool.

E não são apenas as galerias que entram no jogo. A Sotheby’s está abrindo uma galeria pop-up em junho em East Hampton, oferecendo obras de arte, objetos de design do século XX e artigos de luxo, como relógios para compra imediata.

Yoshitomo Nara, Play the thinker (2020). Image courtesy of the artist and Pace. ©Yoshitomo Nara and Pace Gallery.

Yoshitomo Nara, Play the thinker (2020). ©Yoshitomo Nara and Pace Gallery.

O novo Chelsea?

“Chame isso de gentrificação reversa”, disse Joel Mesler, proprietário da Rental Gallery em East Hampton e um negociante de arte veterano que ajudou a abrir caminho para a vibrante cena artística do Lower East Side em meados da década.

Certamente, já existe um grupo pequeno, mas comprometido, de galerias em East Hampton que inclui Harper’s Books, Eric Firestone e Ross + Kramer. A maioria está reabrindo lentamente seus espaços.

“Realmente sempre me chocou o fato das grandes galerias não estarem aqui”, disse Harper Levine, proprietário da Harper’s Books, que administra uma galeria de arte e uma loja de livros raros em East Hampton há oito anos. (Ele também tem um espaço na cidade de Nova York). Para uma grande galeria com um grande orçamento, esses espaços custam aproximadamente o equivalente a uma única feira de arte, disse ele.

Longo prazo

Hamptons tem sido uma área frequentada por pessoas bem sucedidas, que também têm um histórico de ligação com a arte – além de ser residência de artistas como Jackson Pollock e Willem de Kooning, por exemplo. Em contrapartida, o mercado de arte local era relegado a eventos pontuais.

A questão atual é: os galeristas e comerciantes de arte estão se instalando nos Hamptons a longo prazo? Um dos especialistas em Direito da Arte, Thomas Danziger, disse que está negociando arrendamentos para dois clientes na região e que viu contratos de 12 meses ou mais sendo assinados.

Van de Weghe, por sua vez, disse à Artnet News que assinou um contrato de três anos para o seu espaço. “Estamos comprometidos”, disse ele. “Queremos passar um tempo aqui”.

Via Artnet

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