O artista polêmico e brincalhão mais famoso do mundo da arte agitou o mercado nesta semana
Na última sexta-feira, dia 27 de março, a Sotheby’s relevou os resultados de seu leilão online dedicado inteiramente à impressões de Banksy, artista de rua britânico. As vendas alcançaram um total de £1,1 milhão (US $ 1,4 milhão), oferecendo um total de 25 lotes e atingindo uma taxa de venda de 96%.
Girl with Balloon
A venda foi liderada pela imagem mais reconhecida do artista, “Girl with Balloon”, com um preço de £ 375.000. Entre os outros trabalhos que tiveram alta oferta está “Bomb Love”, uma impressão de 2003 que mostra a imagem de uma jovem mulher abraçada à uma bomba contra um fundo rosa brilhante. O trabalho teve um total de 22 ofertas antes de atingir seu preço de venda de £27.500, mais do que dobrando sua estimativa de £9.000. A casa também exibiu novos recordes de leilão para uma seleção das gravuras icônicas de Banksy, incluindo Gangsta Rat, Love Rat, Di-Faced Tenners, Applause e Grannies. Os lotes vendidos somaram US$ 1,38 milhão – cerca de US$ 70 mil acima da estimativa mais alta.
Bomb Love
O mercado de arte está buscando caminhos para se reinventar, já que galerias, museus e entrepostos fechados, feiras como a Art Basel canceladas ou adiadas e os principais leilões de Nova York adiados até o final de junho. O movimento agora é pela internet, com as galerias proliferando de salas de exibição virtuais e artistas abrindo visitas online aos seus estúdios.
Arte urbana
A categoria arte urbana e de rua cai em um espaço obscuro no mercado secundário de arte contemporânea. O método anti-comercial praticado por essas figuras anônimas impulsiona um mercado mais diversificado, que depende de vários canais na esfera digital e pública. Invader, um artista de rua francês – cujo trabalho recentemente registrou um novo recorde de leilão no Artcurial Urban Art de Paris – e outros artistas são famosos por projetar um sistema de jogo entre seus seguidores através das mídias sociais, que lhes permite rastrear suas obras públicas em várias cidades europeias.
Muitos desses artistas-produtores usam suas próprias plataformas para lançar obras colecionáveis de série e colaborações com marcas que, posteriormente, aparecem em leilão. Eles também publicam dicas para acessar instalações públicas que estão por trás de projetos maiores, regulando o que é visto e onde. O mercado de arte urbana e de rua criou sua esfera exclusiva de engajamento. Dessa maneira, colecionar arte de rua é, por si só, o desafio competitivo dos compradores.
Em uma mudança de foco para vendas online, em meio ao fechamento de casas de leilão durante o coronavírus, as principais casas também relataram picos entre os novos compradores. Nesta venda, originalmente prevista para ser realizada em Londres, a Sotheby’s enfatizou que 47% dos compradores eram novos. As vendas de arte urbana e de rua realizadas nesta temporada nos leilões Artcurial e Heritage sustentaram um alto nível de interesse entre sua base de colecionismo. O interesse em obras de pilares da arte de rua, como Bansky, KAWS, RETNA e Invader continua analisando a demanda, apesar do mercado em desaceleração. Com as compras virtuais substituindo os habituais leilões ao vivo, as vendas de edição de níveis de base provaram ser resilientes.
