Primeira exposição do mítico artista japonês no Brasil abre em 4 de dezembro
O Instituto Tomie Ohtake traz pela primeira vez ao Brasil a individual do mítico artista japonês Takashi Murakami (1962, Tóquio, Japão). Com curadoria de Gunnar B. Kvaran – o mesmo curador da mostra de Yoko Ono realizada no Instituto em 2017 –, MURAKAMI POR MURAKAMI deriva originalmente da realizada no Astrup Fearnley Museet, em Oslo. A exposição reúne 35 trabalhos, com pinturas que chegam a medir 3 por 10 metros. O conjunto, apresentado como uma constelação de fragmentos do universo Murakami, evidencia uma produção consagrada, entre tantas qualidades, pela excelência no campo pictórico.
Murakami tornou-se um fenômeno no cenário internacional pela forma singular que entende o universo da arte, uma noção que abrange não apenas a sua criação preocupada com a sociedade e história, mas também a coleção, ao ter se tornado um apurado colecionador, e a comercialização, ao introduzir outros artistas em sua galeria em Tóquio. As obras da exposição revelam o resultado de um prolongado processo de criação, do desenvolvimento conceitual até a pesquisa formal e implementação laboriosa de suas obras, com incontáveis camadas de tinta. Em seu estúdio conta com a competência e capacidade de muitos outros artistas, onde trabalham cerca de 100 pessoas – um galpão nos arredores de Tóquio, endereço considerado pelo circuito um dos ateliês mais inovadores do mundo.
O fenômeno Murakami será explorado na mostra por meio de obras de quatro de seus conjuntos mais extraordinários: aquele que traz a figura de Mr. DOB, as recentes pinturas concentradas no Zen-budismo, a apropriação e interpretação dos trabalhos de Francis Bacon e sua noção de autorretrato, além de uma seleção de vídeos. “Murakami certamente desfrutou de mais reconhecimento fora do Japão do que dentro, e cultivou uma relação abertamente combativa com o mundo da arte japonesa, mas seu envolvimento com pinturas Nihon-ga, mangá e anime, a cultura otaku e o Zen Budismo ancora firmemente seu trabalho com as tradições japonesas”, enfatiza Kvaran.