Em sua primeira escultura pública, George Condo combinou estilo e grandeza de forma deslumbrante

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“Constellation of Voices” ocupa o Lincoln Center Plaza, em frente ao Metropolitan Opera, em Nova York

Por décadas, George Condo representou uma espécie de sucesso no mundo da arte de grandes orçamento – que o transformou em objeto de ciúmes e de escárnio levemente azedo, o que às vezes dificulta a avaliação clara de seu trabalho. Pintor famoso que iniciou sua carreira em East Village e que rapidamente se tornou o representante moderno das técnicas dos Grandes Mestres, Condo produziu recentemente uma peça que se tornou uma espécie de selo de aprovação para artistas consagrados: sua primeira obra de arte pública. O trabalho em questão, que apresentado recentemente no Lincoln Center Plaza, em frente ao Metropolitan Oper, é uma escultura de quatro metros de altura, chamada “Constellation of Voices”.

O Lincoln Center é conhecido em todo o mundo como um centro icônico das artes dramáticas, mas pintura e escultura sempre foram partes importantes da programação da instituição. Já o Metropolitan Opera House tem uma pequena galeria dedicada a exposições rotativas que, às vezes, têm a ver com as óperas sendo executadas naquele momento. Em 2017, o Lincoln Center também comemorou o 50º aniversário dos murais amados de Marc Chagall, da Metropolitan Opera.



Condo, 61, é reconhecido por suas pinturas figurativas ousadas que misturam técnicas antigas de mestre e personagens de desenhos animados, capturando uma gama de emoções de muitas perspectivas em um método que ele chama de “cubismo psicológico”. “Nos primórdios do cubismo, você veria um violino de quatro ângulos diferentes simultaneamente”, afirmou. “Gosto de criar um desequilíbrio caótico que, em seguida, precisa ser remontado para algo esteticamente agradável”. No Met, ele traduziu sua abordagem maníaca massivamente em três dimensões, criando uma cabeça ao mesmo tempo clássica, futurista e abstrata.

Em uma declaração à imprensa, Condo declarou que Constellation of Voices “é a forma material do som… como ela se parece e como brilha como ouro quando está em perfeita harmonia. Eu queria refletir um mundo mitológico e abstrato de todas as culturas compostas por civilizações clássicas – o coro do drama grego e a abstração da ópera moderna”.

A escultura dourada de Condo, de certa forma, evoca divindades, a performance humana e a ansiedade da vida em 2019 – tudo ao mesmo tempo. A figura, que se assemelha a uma cabeça que foi deformada por desejos conflitantes, também é marcada e pontilhada como se estivesse cheia de projéteis. Também há uma majestade distinta. “Tirei-o do reino dos deuses e queria que ele ecoasse a sensação do nosso tempo, com essa ideia de uma constelação de vozes – quando tantas pessoas saíram às ruas e queriam ser ouvidas”, disse Condo ao New York Times.

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