Desde o uso do espaço até seus compromissos financeiros, a nova sede da Pace rompe com as expectativas estabelecidas por seus concorrentes em 2019
O cheiro de tinta fresca pairava no ar quando os convidados foram levados para o novo saguão da Pace Gallery, na 540 West 25th Street, que dá lugar a um espaço de exposição no térreo, um longo corredor que leva aos elevadores e uma biblioteca robusta. O edifício servirá como a nova sede global da galeria.
Quando a gigantesca estrutura de oito andares abrir ao público no sábado, 14 de setembro, a primeira coisa que os visitantes provavelmente farão será compará-la a um museu; há várias exposições diferentes em exibição simultânea e um impressionante terraço de esculturas, que oferece vista quase panorâmicas do rio Hudson.
Em meio a um mercado de arte incrivelmente competitivo e complexo, as galerias menores sofrem com a falta de recursos e as instituições maiores estão criando maneiras criativas de se destacar. A nova sede da Pace provavelmente reorientará completamente a cena do Chelsea em torno de sua atração gravitacional. De acordo com o presidente e CEO da Pace, Marc Glimcher, o espaço pode reter 600 pinturas em estoque e receber palestras de artistas, apresentações de dança e todo tipo de exposições multimídia. Além disso, uma nova safra de curadores, incluindo Mark Beasley e Oliver Shultz (ex-MoMA PS1), certamente aumentará a influência de Pace globalmente.
Os artistas apresentados na inauguração do edifício incluem Alexander Calder, Yto Barrada e Fred Wilson, cujos lustres intricados decoram o sétimo andar. O mais impressionante é uma série de pinturas geométricas de Loie Hollowell, que parecem emitir sua própria fonte de luz, bem como novos desenhos de David Hockney, que parecem mais divertidamente pastorais e cinematográficos do que quase qualquer outra coisa que ele já fez.
O design do edifício, segundo Glimcher, era sobre “ter um lugar para ficar e um lugar para sonhar” e levar visitantes “para o início do século 20, para que eles possam ver o futuro”. Ao longo de seu discurso, a importância do suporte aos artistas foi reiterado várias vezes. O pai de Glimcher, Arne Glimcher, fundador da Pace Gallery, também usou o microfone para destacar esse ponto. “O plano era de que, no topo da pirâmide, estivesse o artista”, disse o fundador da galeria durante a abertura para a imprensa. “Meu nome nunca esteve na galeria porque eu não queria que fosse assim”.