Uma análise do período mostrou aumento na visitação dos museus de arte de Londres, após um período significativo de declínio
A Tate Modern passou à frente do British Museum, tornando-se o museu mais visitado de Londres em 2018, de acordo com a última pesquisa anual da organização de turismo Visit England. O relatório revela que os museus do Reino Unido conseguiram reverter um declínio nas visitações, no ano passado – mas algumas instituições ainda lutam para atrair visitantes e preocupam as tendências de longo prazo em relação à presença nos museus na capital.
No ano passado houve um aumento de 6% na frequência a museus, em nível nacional, em parte ajudado por um aumento de turistas estrangeiros. A moeda britânica, mais enfraquecida, também tornou os destinos de um dia mais atraentes para turistas locais. Mas esse aumento modesto não corrigiu uma queda de longo prazo, particularmente em Londres: de 2015 a 2017, o British Museum, a National Gallery e a National Portrait Gallery tiveram uma queda combinada de cerca de 16%.
Alguns atribuem o declínio geral ao fim do “efeito halo” dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, que impulsionaram o perfil internacional da capital. Mas isso não explica por que algumas instituições se saíram bem, enquanto outras perderam (e depois recuperaram parcialmente) diferentes grupos de visitantes, notadamente londrinos e pessoas que moram no sudeste da Inglaterra.
Quem subiu e quem caiu
As instituições com maior número de visitantes no ano passado incluem a Royal Academy of Art, cuja audiência aumentou 50% graças, em parte, à expansão projetada por David Chipperfield.
A visitação do Victoria and Albert Museum continua a resistir à tendência de queda de Londres. No ano passado, quando muitos de seus pares passaram por um declínio, o número de visitantes do V&A aumentou 4%, quase batendo a marca de 4 milhões. O museu de arte e design somou um impressionante 1 milhão de visitantes desde 2016, impulsionado por exposições temporárias de alto perfil de temas como o livro Winnie-the-Pooh e o guarda-roupa de Frida Kahlo.
Embora a audiência da Tate Modern tenha aumentado em quase 4%, para 5,87 milhões, impulsionada pela grande exibição de Picasso, a audiência da Tate Britain teve uma história muito diferente. Em 2018, o número de visitantes do museu de arte britânica caiu 28%, uma reviravolta depois do bom ano de 2017. Essa queda ocorreu apesar do lançamento de um programa da Tate que oferece ingressos de £ 5 (US $ 6) para jovens.
O British Museum também viu uma queda nos últimos anos. No ano passado, atraiu 5,8 milhões de visitantes, quase um milhão a menos do que há quatro anos, apesar de uma exposição popular de esculturas de Rodin. Uma porta-voz do museu observou que houve uma redução nos visitantes da Europa nos últimos dois anos, mas que o ano fiscal de 2018-19 parece muito forte, com uma alta de 10%.
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O flerte da Tate com os Millennials
Os maiores museus de Londres têm entrada gratuita, mas o preço de suas exposições temporárias continua a subir. A pesquisa da Visit England afirma que quase metade dos visitantes locais são motivados à visitação através de exposições temporárias.
As mostras mais caras da Tate Modern podem custar até £25 (US$ 30), enquanto o V&A e o British Museum já passaram da casa das £20 (US$ 24). Reconhecendo que os preços dos ingressos nesse nível são proibitivos para muitos jovens, a Tate lançou um esquema de adesão gratuita para jovens de 16 a 25 anos no ano passado. O benefício: bilhetes de baixo custo de £5 para o membro e três amigos. Desde abril de 2018, cerca de 100.000 jovens se juntaram à Tate Collective, confirmou um porta-voz da galeria. Até agora, nenhuma outra instituição seguiu o exemplo da Tate.
Liderada por artistas, a Royal Academy of Arts, em Londres, depende de renda própria, pois não recebe financiamento do governo, ao contrário da Tate, do British Museum e do V&A. A visitação maciça em suas exposições especiais é, portanto, crucial. É essa a aposta do seu novo diretor executivo, Axel Rüger, que se juntou recentemente à instituição, vindo do Museu Van Gogh, em Amsterdã.