Foram mais de 8 mil pessoas em um só dia. Por isso, museu estende horário de funcionamento e no sábado vai até meia-noite
“Tarsila Popular” estabeleceu um novo recorde no Masp nesta terça (23). O museu rTarsilaecebeu 8.818 pessoas, que enfrentaram filas de até seis horas para ver, entre outros, “Abaporu” (1928). Terça, dia em que a entrada no espaço é gratuita, foi a última chance para quem queria ver a mostra sem adquirir o ingresso.
Aberta no dia 5 de abril e reunindo as principais obras da pintora modernista, a mostra foi visitada, até domingo, 21, por mais de 350 mil pessoas, número recorde da atual gestão, que começou no final de 2014. É o maior público dos últimos 20 anos do museu e um fenômeno só comparado à exposição de Monet na década de 90, que reuniu 400 mil pessoas.
Com curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, Tarsila Popular apresenta cerca de 120 trabalhos da artista que teve importância central no movimento modernista brasileiro. É a maior já realizada sobre sua obra no Brasil.
A mostra dá sequência ao ano expositivo que enfoca o trabalho de mulheres. O objetivo da exposição é exaltar os aspectos sociais, políticos e raciais discutidos na obra de Tarsila.
O quadro mais disputado da exposição é o Abaporu (1928) que pertence ao Malba (Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires), e não visitava São Paulo desde 2008.
Tarsila foi uma das principais expoentes do movimento antropofágico da primeira geração modernista. A ideia era reagir à forte influência da cultura europeia e fazer uma arte nacionalista, com as cores e gente do Brasil.
Masp espera 30 mil nos últimos dias da exposição
Nesta última semana da exposição, o museu espera receber 30 mil visitantes, com horários diferenciados de visitação: quinta-feira e domingo, até às 19h, sexta até as 21h e sábado, possivelmente, até a meia-noite.
Outras obras icônicas, além de Abaporu (1928), integram a mostra, como Antropofagia (1929) e O Batizado de Macunaíma (1956). A exposição marca o retorno da obra da artista a São Paulo, depois de percorrer, entre 2017 e 2018, museus em Nova York e Chicago.
A expografia de Tarsila Popular deixa o público seguir seu caminho livremente, mas alguns agrupamentos de obras da pintora foram feitos em pequenas salas dentro do grande espaço expositivo. A mostra começa com A Negra (1923) e com uma série de retratos e autorretratos, como Autorretrato com Vestido Laranja (1921). Ela continua com um setor de nus, outro de viagens, até chegar a um sobre manifestações religiosas. Tarsila do Amaral pintou referências católicas de um jeito bem brasileiro, como em Religião Brasileira I (1927). Depois, surgem pinturas que mais se relacionam, diretamente, com a ideia de popular, como Segunda Classe (1933) e Trabalhadores (1938).
O setor final é o mais populoso, com, justamente, suas obras mais conhecidas. Lá, Abaporu e Antropofagia dialogam com Batizado de Macunaíma.