O acordo devolve a casa de leilões, fundada por britânicos, à propriedade privada após 31 anos como uma empresa de capital aberto na Bolsa de Valores de Nova York
Uma das maiores empresas do mundo da arte tem um novo proprietário. A Sotheby’s, a casa de leilões de 275 anos de idade, foi adquirida pela BidFair USA, empresa do colecionador e empresário franco-israelense Patrick Drahi – e ele planeja tornar privada a empresa de capital aberto. O negócio provavelmente terá implicações significativas para o futuro do setor de leilões, que é liderado pela Sotheby’s e sua concorrente privada, Christie’s.
A view of the Sotheby’s showroom in New York. Courtesy of Sotheby’s.
Sob os termos do acordo, aprovado pelo conselho de administração da Sotheby’s, os acionistas receberão US$ 57 em dinheiro por ação ordinária, significativamente maior do que as ações negociadas atualmente na Bolsa de Valores de Nova York. No ano passado, as ações haviam caído mais de 40%, de US$ 56 para cerca de US$ 32. O acordo foi fechado em US$ 3,7 bilhões, de acordo com um comunicado da Sotheby’s.
A Sotheby’s, única grande casa de leilões a ser negociada publicamente e a mais antiga empresa listada na Bolsa de Valores de Nova York, agora retornará à propriedade privada após 31 anos como uma empresa pública. A Christie’s, principal rival da Sotheby’s, é propriedade do magnata François Pinault.
Apesar do valor crescente do mercado global de arte nas últimas duas décadas, as casas de leilão têm enfrentado altos custos indiretos e encolhendo margens, à medida que os colecionadores exigem condições cada vez mais favoráveis, e as casas entram em complexas garantias financeiras com terceiros para compensar o risco. A propriedade privada permitiu que a Christie’s tomasse movimentos possivelmente mais arriscados e guardasse mais informações financeiras em segredo. Enquanto isso, a Sotheby’s concentrou grande parte de sua energia em aumentar as vendas no mercado intermediário e em adquirir negócios auxiliares relacionados à arte, como a Art Advisors Partners, a empresa de pesquisa científica Orion Analytical e a startup de tecnologia de reconhecimento de imagem Thread Genius.
Patrick Drahi, presidente da Altice, grupo francês de telecom
“Patrick Drahi é um dos empresários mais conceituados do mundo, e em nome de todos na Sotheby’s, quero recebê-lo na família”, disse o CEO da Sotheby’s, Tad Smith, em um comunicado. “Conhecido por seu compromisso com a inovação e engenhosidade, Patrick fundou e lidera algumas das mais bem-sucedidas empresas de telecomunicações, mídia e digital do mundo. Ele tem uma visão de longo prazo e compartilha nossa visão de marca para um ótimo serviço ao cliente, empregando inovação para aumentar o valor da empresa para clientes e funcionários. Esta aquisição proporcionará à Sotheby’s a oportunidade de acelerar o programa bem-sucedido de iniciativas de crescimento dos últimos anos em um ambiente privado mais flexível”.
Segundo a Forbes, Drahi tem um patrimônio líquido de US$ 9,3 bilhões. Ele é descrito como um magnata das telecomunicações que possui 60% das ações da Altice NV, empresa multinacional de telecomunicações e mídia que ele fundou. Drahi construiu a Altice com mais de 20 aquisições de operadoras de cabo e mobile.
Em um comunicado, Drahi disse que esta fazendo a aquisição “para minha família, através de minha participação pessoal, com uma perspectiva de muito longo prazo. Não há elos de capital com a Altice Europe ou a Altice USA”. Ele observou que tem “total confiança na administração da Sotheby’s” e não antecipa qualquer mudança na estratégia da empresa. “A gerência e suas equipes e talentos excepcionais em todo o mundo continuarão operando com todo o meu apoio”.
“Com a minha família”, acrescentou ele, “estamos muito entusiasmados em construir junto com a atual gerência e suas equipes o futuro da Sotheby’s, uma empresa fascinante e multi-secular, com um celebrado histórico de unir pessoas em todo o mundo através da cultura e da arte”.
