A exposição reúne mais de 85 trabalhos que exploram uma ampla gama de práticas de Keith Haring, incluindo desenhos e pinturas em grande escala, a maioria dos quais nunca vista no Reino Unido
Haring foi uma presença única nos anos 80 em Nova York, desempenhando um papel fundamental na contracultura de sua geração e criando um estilo imediatamente reconhecível. Mais conhecido por seus motivos icônicos, como cachorros latindo, bebês rastejantes e discos voadores, o trabalho de Haring era politicamente carregado e motivado pelo ativismo. Abertamente homossexual, seu trabalho de educação contra a AIDS continua sendo o seu legado mais essencial. Além disso, respondeu a questões igualmente críticas e relevantes, contribuindo para campanhas de desarmamento nuclear, criando o famoso mural “Crack is Wack” e projetando cartazes anti-apartheid.
Haring expandiu os legados e influências do expressionismo abstrato, da arte pop e da caligrafia chinesa para o trabalho dos grafiteiros de Nova York. Seu estilo singular, aparentemente espontâneo, foi animado pelas energias de sua época; desde viagens espaciais e robótica até videogames. A exposição evoca o estilo e o espírito da época em documentos de arquivo raramente vistos, vídeos e fotografias, enquanto a instalação imersiva de luz negra de Haring, de 1982, apresenta trabalhos fluorescentes sob luz UV, acompanhados de música hip-hop.
Dedicado à criação de uma arte verdadeiramente pública, que alcançaria o maior público possível, Haring comentou:
“Eu me lembro mais claramente de uma tarde, desenhando… Todos os tipos de pessoas paravam e olhavam para o enorme desenho e muitos estavam ansiosos para comentar seus sentimentos em relação a ele. Essa foi a primeira vez que percebi quantas pessoas poderiam gostar de arte se tivessem a chance. Essas não eram as pessoas que eu via nos museus ou nas galerias, mas uma seção transversal da humanidade que atravessava todas as fronteiras”.
Com frequência, Haring colaborou com Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat, com quem compartilhou seu desejo de unir alta arte e cultura popular.
A exposição também lança luz sobre a natureza performativa do trabalho de Haring, desde seus desenhos de giz ao vivo no metrô de Nova York até o trabalho com o artista e fotógrafo Tseng Kwong Chi, que documentou a prática de Haring. O artista também colaborou com Madonna, Grace Jones, Vivienne Westwood e Malcolm McLaren, criando sets e designs para vídeos e performances.
A carreira de Keith Haring foi breve e, em 16 de fevereiro de 1990, ele morreu de complicações relacionadas à AIDS aos 31 anos. Haring expressou conceitos universais de nascimento, morte, amor, sexo, guerra e compaixão para criar um corpo de trabalho que permanece relevante ainda hoje, assim como quando foi criado.
“Keith Haring” tem curadoria de Darren Pih e Tamar Hemmes, realizada em colaboração com a Tate Liverpool, a Fundação Keith Haring e em parceria com o Centro de Belas Artes (BOZAR), em Bruxelas, e o Museu Folkwang, em Essen.
A exposição passará por BOZAR (5 de dezembro de 2019 a 19 de abril de 2020) e pelo Museu Folkwang (22 de maio a 20 de setembro de 2020).
Na Tate Liverpool, KEITH HARING fica de 14 de junho a 10 de novembro de 2019