Um juri internacional destacou oficialmente o melhor desta edição, com temas que falam sobre racismo e mudanças climáticas
O pavilhão da Lituânia venceu o Leão de Ouro de participação nacional na Bienal de Arte de Veneza, com uma ópera-performance de três artistas. O pavilhão oferece o espetáculo de uma praia de turistas cantando uma “performance de ópera” em um prédio que ainda pertence à zona militar do Arsenale. O trabalho, no entanto, vem com uma mensagem afiada para a humanidade, alertando para o desastre ecológico.
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‘Sun & Sea’, de Lina Lapelyte, Vaiva Grainyte e Rugile Barzdziukaite apresenta uma “ópera brechtiana” e pretende ser também uma metáfora à forma como os tempos de lazer exercem pressão no planeta e no ambiente. “É uma crítica ao lazer dos nossos tempos cantada por um elenco de artistas e voluntários retratando pessoas comuns”, destaca o júri do concurso dedicado à arte contemporânea.
Uma menção especial também foi dada ao Pavilhão da Bélgica no Giardini, “Mondo Cane”, dos artistas Jos de Gruyter e Harald Thys. A instalação compreende uma série de fantoches mecanizados baseados em estereótipos folclóricos, retratando uma visão absurda e astuta das relações sociais na era do populismo.
Outros vencedores incluem o artista americano Arthur Jafa, cujo filme The White Album (2019) lhe valeu o Leão de Ouro como melhor participante da Exposição Internacional, organizada por Ralph Rugoff e intitulada May You Live in Interesting Times. O júri disse que “Jafa usa imagens apropriadas e originais para refletir sobre a questão da raça”.
O Leão de Prata para um promissor jovem participante da Exposição Internacional foi para o artista Haris Epaminonda, residente em Berlim, cuja instalação no Arsenale é inspirada na novela do escritor argentino Adolfo Bioy Casares, The Invention of Morel (1940). O júri da 58.ª Bienal de Arte de Veneza decidiu ainda atribuir uma menção honrosa à artista mexicana Teresa Margolles e ao nigeriano Otobong Nkanga.
A Bienal de Veneza acontece até 29 de novembro.