Mural atribuído a Banksy foi descoberto durante abertura da Bienal de Veneza

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A autoria do mural, que aborda a crise dos refugiados, ainda não foi confirmada pelo artista

 

Será mesmo que o notório artista de rua britânico Banksy aterrisou em Veneza? Uma peça politicamente carregada, que ostenta todas as características de seu trabalho, apareceu nos canais da cidade italiana, levando à especulação de que o grafiteiro anônimo esteve ali por ocasião da Bienal de Veneza.

A peça mostra uma criança usando um colete salva-vidas e segurando uma chama rosa no ar – um imigrante chamando por equipes de resgate. O mural foi visto na ilha de Dorsoduro pelo colecionador Lapo Simeoni, que compartilhou sua descoberta no Instagram e com a publicação de arte italiana Artribune, observando que foi pintado em algum momento entre quinta e sexta na semana passada.

Banksy vem há algum tempo abordando a situação dos imigrantes e refugiados através de seu trabalho. Em 2015, pintou um retrato de Steve Jobs no campo de refugiados em Calais, França. Em um depoimento que acompanhou o trabalho, Banksy disse na época: “Somos levados a acreditar que a migração é um dreno para os recursos do país, mas Steve Jobs era filho de um imigrante sírio. A Apple é a empresa mais lucrativa do mundo, paga mais de US $ 7 bilhões por ano em impostos – e só existe porque permitiram a entrada em um jovem de Homs”.

O artista, que geralmente valida suas obras através de publicações em sua conta oficial no Instagram ou em seu site, ainda não reivindicou o stencil de Veneza.

Barca Nostra

A nova peça atraiu comparações com a obra Barca Nostra, instalação na exposição principal “May You Live in Interesting Times”, sobre um navio enferrujado, recuperado de um naufrágio da costa da Líbia, matando centenas de migrantes. A peça, do artista suíço-islandês Christoph Büchel, atraiu críticas pela falta de informação apresentada ao longo do casco e por potencialmente transformar o sofrimento humano extremo em um espetáculo turístico ou uma ferramenta para fazer um comentário sobre o mundo da arte.

Em contraste, o possível Banksy apresenta a face humana da crise dos migrantes, com uma criança em desesperada necessidade de ajuda. Enquanto Büchel apresentou um monumento misterioso sobre aqueles que já morreram, a obra em stencil fala daqueles que ainda precisam de ajuda.

As questões de migração e imigração são predominantes na Bienal de Veneza deste ano. Segundo o curador Ralph Rugoff, é um chamado para dar atenção à “condição do capitalismo atual, oscilando de crise em crise”.

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