Pristina é a mais jovem capital europeia; Kosovo é reconhecido por 102 dos 193 países membros da ONU
A bienal itinerante europeia, Manifesta, anunciou que Pristina, a capital do Kosovo, será a cidade sede da sua décima quarta edição, em 2022. O forte apelo da cidade e seu desejo de se tornar uma “metrópole de mente aberta” foram citados como justificativas pela escolha do local como anfitriã.
Após a Guerra do Kosovo (1998-1999), quando a dominção sérvio sobre o país balcânico terminou, Kosovo foi governado como um protetorado das Nações Unidas por duas décadas e se tornou um estado independente em fevereiro de 2008. “A paralisia cultural, legal e política do país na década de 1990 resultou na perda do senso de espaço público e na falta de reconhecimento do que é comum ”, disse Hedwig Fijen, diretor da Manifesta, em um comunicado. “Eu desejo que a Manifesta possa fornecer a Pristina os meios para reconstruir, redefinir e reivindicar um espaço público radical e diversificado, que ainda parece ser considerado hoje como um ato cultural subversivo, que pode se tornar um chamado à mudança.”
Tutto, performance de Matilde Cassani, durante a Manifesta 12
Desde o início da Manifesta, no início dos anos 90, sua missão tem sido examinar a mudança da topografia cultural da Europa através do prisma de situar-se, a cada edição, em uma nova cidade-sede. O conselho de supervisão da Manifesta destacou a importância geográfica e geopolítica de Pristina e a história relativamente curta como a capital do estado-nação mais jovem da Europa durante uma conferência de imprensa.
Em resposta, o prefeito de Pristina, Shpend Ahmeti, disse: “Nossa cidade tem orgulho e honra em receber a Manifesta em 2022. Em um lugar onde 50% de sua população hospitaleira tem menos de 25 anos, onde a arquitetura otomana é misturada com a filosofia neoliberal pós-guerra, há muito a discutir, há muito o que fazer e há muito espaço público para recuperar”.
Ahmeti acrescentou: “A Manifesta é o que precisamos, não só para pressionar por uma discussão honesta sobre a direção da cidade, mas também como um exemplo de renascimento de cidades, arte e arquitetura nos Balcãs Ocidentais. A Manifesta deu a resposta mais importante à nossa proposta – os Bálcãs é a Europa e podemos contribuir para o debate”.
Em 2020 acontece a próxima edição da bienal, na cidade de Marselha. A Manifesta será conduzida por uma equipe artística composta por Alya Sebti, diretora da ifa gallery; Katerina Chuchalina, curadora-chefe sênior da VAC Foundation; Marina Otero Verzier, diretora de pesquisa do Het Nieuwe Instituut; e Stefan Kalmàr, diretor do Instituto de Artes Contemporâneas de Londres.
