Os artistas foram indicados por seus trabalhos que investigam crimes, exploram histórias sociais e transportam os espectadores para outro tempo e lugar

A Tate Britain anunciou os quatro artistas selecionados para o Turner Prize 2019: Lawrence Abu Hamdan, Helen Cammock, Oscar Murillo e Tai Shani.

O artista Lawrence Abu Hamdan, residente em Beirute, foi reconhecido por sua exposição individual “Earwitness Theatre” em Chisenhale, pela videoinstalação Walled Unwalled e pela performance After SFX na Tate Modern, em Londres. Esses projetos evoluíram como parte de uma investigação em áudio pela Amnesty International e Forensic Architecture, a partir de entrevistas que o artista realizou com ex-detentos da prisão do regime sírio Saydnaya que foram submetidos à privação sensorial total e forçados a viver na escuridão. Abu Hamdan usou efeitos sonoros para ajudar seis sobreviventes a recordar suas memórias de áudio, mapear a arquitetura desconhecida da prisão e entender o que aconteceu lá.

Os outros três artistas trabalham em Londres. Helen Cammock foi indicada para sua exposição individual “The Long Note” na Void Gallery, Derry, e IMMA, em Dublin. The Long Note é um filme que analisa a história e o papel das mulheres no movimento pelos direitos civis em Derry Londonderry, em 1968, um período que é amplamente reconhecido como o ponto de partida do conflito na Irlanda do Norte. A trama inclui materiais de arquivo, filmagens recém-produzidas e uma série de entrevistas com mulheres ativas no movimento. O júri elogiou a qualidade oportuna e urgente do trabalho de Cammock.

Oscar Murillo foi selecionado por sua participação na Décima Bienal de Berlim, sua exposição individual “Violent Amnesia” no Kettle’s Yard, em Cambridge, e sua exposição individual no museu de arte chi K11 em Xangai. Através de sua prática multifacetada – abrangendo pintura, desenho, performance, escultura e som – o artista usa materiais reciclados para refletir sobre sua própria experiência de deslocamento e as repercussões sociais da globalização. Murillo emigrou para Londres da Colômbia quando tinha onze anos de idade e muitas vezes extrai de sua própria biografia em seu trabalho.

A participação de Tai Shani em Glasgow International 2018, sua exposição individual “DC: Semiramis” no The Tetley, Leeds, e participação em “Still I Rise: Feminisms, Gender, Resistance” no Nottingham Contemporary e no De Le Warr Pavilion, localizado à beira-mar Bexhill-on-Sea, em East Sussex, levou à sua indicação. Estas exposições centram-se no projeto em andamento de Shani, Dark Continent, que examina a subjetividade e a experiência “feminina” através de uma lente gótica e de ficção científica. Desenvolvido ao longo de um período de quatro anos, o trabalho analisa mulheres reais e míticas em uma adaptação do texto feminista do século XV de Christine de Pizan, The Book of the City of Ladies.

Os artistas foram escolhidos por um júri composto por Alessio Antoniolli, diretor da Gasworks & Triangle Network; Elvira Dyangani Ose, diretora da The Showroom Gallery e professora de culturas visuais da Goldsmiths; Victoria Pomery, diretora da Turner Contemporary, Margate; e Charlie Porter, escritor. O júri é presidido por Alex Farquharson, diretor da Tate Britain.

Uma exposição com trabalhos dos quatro artistas estará em cartaz no Turner Contemporary, em Margate, de 28 de setembro de 2019 a 12 de janeiro de 2020. O vencedor do prêmio será anunciado durante uma cerimônia ao vivo transmitida pela BBC em 3 de dezembro de 2019 e receberá um prêmio de US $ 33.000 – os demais finalistas recebem US $ 6.500 cada. Os vencedores anteriores do Prêmio Turner incluem Charlotte Prodger, Lubaina Himid e Helen Marten.