The Art Newspaper publicou os rankings das atrações mais populares de 2018

A moda continua em ascensão nos EUA, atingindo o topo da lista, enquanto o Museu Britânico escapa do primeiro lugar no Reino Unido. Se passaram quase duas décadas desde que o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, liderou o ranking de mais visitado em 2001, com a exposição dedicada a Vermeer e a Delft School. A instituição norte-americana fez uma reintegração espetacular na lista deste ano, com as duas exposições mais populares de 2018. Heavenly Bodies: Fashion e a Catholic Imagination Costume Institute Gala, que mesclou obras de arte religiosas (42 peças eclesiásticas da sacristia da Capela Sistina) com alta costura, foram vistas por cerca de 1,7 milhão de pessoas (10.919 visitantes por dia), quebrando o recorde anterior do Met em 1978, com Treasures of King Tutankhamon (quase 1,4 milhão).

O outro grande sucesso de bilheteria do Met em 2018 foi Michelangelo: Divine Draftsman and Designer (7.893 visitantes por dia), que apresentou escultura, uma pintura e mais de 100 desenhos feitos pelo mestre renascentista, assim como uma réplica digital do teto da Capela Sistina, e que ficou em segundo lugar na pesquisa.

O Smithsonian American Art Museum, em Washington, DC, ajudou os EUA a garantir a hegemonia do pódio, com a apresentação gratuita de instalações coloridas do artista coreano Do Ho Suh. Popular também no Instagram, a exposição atraiu a média de 7.853 visitantes por dia.

Top 10: museus de arte mais populares do mundo

Foi um ano recorde para o Musée du Louvre, em Paris, tanto em termos de público geral quanto na exposição mais popular de sua história. Com 10,2 milhões de visitantes em 2018, a instituição francesa de 226 anos mantém confortavelmente seu título de museu de arte mais popular da pesquisa. A maior exposição foi dedicada à obra quintessencial do francês Eugène Delacroix, vista por um recorde de 540.000 pessoas (5.431 por dia) durante os quatro meses de cartaz.

O Louvre credita o aumento de 26% no total de visitantes no ano passado a três fatores: o fascínio da Delacroix; a popularidade do clipe de Beyoncé e Jay-Z, “Apeshit”, que foi rodado no antigo palácio e mostra o casal de hip-hop descansando em frente a atrações famosas, incluindo a Mona Lisa; e um aumento nos visitantes estrangeiros na cidade, após uma queda substancial decorrente dos ataques terroristas de 2015. O Centro Pompidou de Paris e o Musée d’Orsay tiveram um aumento de visitantes em cerca de 180.000 e 108.000, respectivamente.

O recorde anterior do Louvre, de 9,7 milhões de visitantes, foi registrado em 2012, quando abrigou as blockbusters de Leonardo e Raphael. Sua próxima exposição sobre Leonardo, que deve ser aberta em outubro para marcar o quinto centenário da morte do mestre italiano, deve ameaçar os recordes. Enquanto isso, funcionários do Louvre Abu Dhabi, inaugurado em novembro de 2017, informam que um milhão de pessoas visitaram o museu em 2018.

O Museu Nacional da China, em Pequim, estreou no ranking em 2017 e mantém a segunda posição em visitação geral, com 8,6 milhões de visitantes anuais – um aumento de 550.000 em relação ao ano anterior – e o Met novamente fica em terceiro lugar, com quase sete milhões de visitantes em suas instalações da Quinta Avenida e Cloisters (7,4 milhões se você incluir o Met Breuer). Os Museus do Vaticano ocupam o quarto lugar, com um aumento na participação de cerca de 330.000 em 2017.

British Museum perde o posto

A rivalidade entre os três museus mais visitados do Reino Unido – o British Museum (BM), a Tate Modern e o National Gallery – continua. A pesquisa mostrou que o BM foi o museu mais visitado do Reino Unido nove vezes na última década, mas em 2018 foi desbancado pela Tate Modern, que atraiu cerca de 49.000 visitantes a mais (quase 5,9 milhões). O BM cai para o sexto lugar de visitação a museus, enquanto a Tate Modern ocupa a quinta posição, impulsionada sem dúvida pela aclamada exposição “Picasso 1932: Love, Fame, Tragedy”, que focou em um ano único e prolífico na vida do artista. No entanto, apesar de relatar uma tendência de queda preocupante nos visitantes dos principais museus nacionais do Reino Unido no ano passado, os números globais estabilizaram em 2018, mas ainda estavam 5% abaixo do seu ponto alto em 2014.

Ainda assim, o V&A quebrou o recorde estabelecido em 2017 para a participação geral em cerca de 178.000 pessoas, elevando seu novo recorde para quase quatro milhões. Depois de Frida Kahlo, a segunda exposição mais popular da V&A, em números diários, pode ser considerada uma surpresa – considerando que também teve uma mostra dedicada à casa de moda espanhola Balenciaga. Cerca de 1.181 pessoas por dia se reuniram para ver o que o V&A anunciava como uma exibição “multi-sensorial e lúdica” sobre o personagem infantil Winnie the Pooh.

Mas o prêmio de destaque dos museus ingleses em 2018 tem que ir para a Royal Academy of Arts (RA), que comemorou seu 250º aniversário com a abertura de uma ampliação projetada por David Chipperfield – que aumentou significativamente a marca da instituição – e também forneceu espaços gratuitos permanentes de mostra de acervo, pela primeira vez. A inauguração coincidiu com a popular Exposição de Verão anual da RA, com curadoria do artista Grayson Perry, que foi vista por uma média de 4.296 visitantes diários. Um recorde de 1,6 milhão de pessoas visitaram a RA em 2018, em comparação com pouco mais de um milhão em 2017.

Nos EUA, revelar as retratos do ex-presidente Barack Obama e sua esposa Michelle, por Kehinde Wiley e Amy Sherald, respectivamente, na National Portrait Gallery (NPG) do Smithsonian em Washington, ajudou a aumentar a visitação do museu em mais de um milhão, chegando a 2,3 milhões. O Museu de Arte de Cleveland também superou seu recorde de 1987 ao atrair 769.435 visitantes – um aumento de 31% em 2017. O salto pode ser parcialmente atribuído à exibição da exposição itinerante Yayoi Kusama: Infinity Mirror.

Enquanto isso, no Japão, a audiência do Museu de Arte Moderna de Kyoto mais do que triplicou: de cerca de 300 mil em 2017 para mais de 1,1 milhão no ano passado, graças a exposições de Van Gogh (4,793) e Bauhaus (2,803), entre outras.

Metodologia

• Os números diários são calculados automaticamente pelo banco de dados do The Art Newspaper, que calcula o número de dias da exposição usando a seguinte fórmula: número total de dias entre a data inicial e final, dividido por sete, multiplicado pelo número de dias da semana em que a instituição está aberta, menos fechamentos excepcionais.
• Todos os dados utilizados foram fornecidos pelas instituições em questão.
• Algumas instituições oferecem várias exposições com um único ingresso: elas são mostradas como uma entrada.
• As exposições gratuitas estão indicadas com um asterisco (*).