Okwui Enwezor, historiador de arte nigeriano e curador da Bienal de Veneza, morre aos 55 anos

0

O nigeriano, que também organizou Documenta de Kassel e dirigia o Haus der Kunst, em Munique, foi uma força para a arte não-ocidental

Okwui Enwezor, curador, poeta e educador nigeriano profundamente influente, que estabeleceu novas formas de pensar sobre a arte contemporânea – com apresentações poderosas incluindo a Bienal de Veneza de 2015 e a Documenta 11 em 2002, morreu aos 55 anos, vítima de câncer.

Ele é o único curador nascido na África a organizar as duas exposições de prestígio.

Anne Pasternak, diretora do Museu do Brooklyn, disse que Enwezor “entrará para a história como um dos maiores curadores de todos os tempos”.

Em uma entrevista em agosto passado, Enwezor disse que ainda estava “otimista e cheio de esperança”, apesar do diagnóstico de câncer que o levou a deixar o Haus der Kunst, onde foi diretor artístico entre 2011 e 2018. E mesmo durante seu tratamento, que vinha acontecendo há mais de três anos, ele ainda encontrou tempo para organizar exposições.

Nascido na Nigéria, o curador mudou-se para Nova York em 1982, aos 18 anos, e estudou na New Jersey City University. Depois de terminar seus estudos, escreveu poesias e era uma presença constante em cafés como o Nuyorican Poets Café, no East Village. Ele foi descoberto como curador em 1996, quando organizou “In/Sight: African Photographers, 1940 to Present” no Museu Guggenheim.

Ao longo de sua carreira, Enwezor deu ênfase especial à expansão do cânone da arte contemporânea, para incluir artistas de todo o mundo. Sua exposição de 2017 no Haus der Kunst, “Postwar: Art Between the Pacific and the Atlantic, 1945–1965” incluiu quase 220 artistas de 65 países. Ele é conhecido por suas expansivas exposições (sua Bienal de Veneza incluía 136 artistas) e seu rigor conceitual. Seu legado internacional incluiu a liderança da Bienal de Joanesburgo em 1996 e da Bienal de Gwangju, na Coréia do Sul, em 2008.

Enwezor foi o primeiro curador nascido na África da história da Bienal de Veneza e apresentou uma mostra abrangente e visceral, com foco na violência mundial e agitação política. Entre outros aspectos notáveis da exposição, houve a inclusão de “Vertigo Sea”, de John Akomfrah, que foi encomendado especialmente para a exposição.

Share.

Leave A Reply