A imagem de uma figura com véu apareceu na porta de saída da casa de shows em junho passado
Uma figura fantasmagórica, pintada por Banksy em uma porta de emergência do Bataclan em Paris, o local do ataque terrorista jihadista de 2015 que deixou 90 mortos, permaneceu ali placidamente por sete meses depois de sua aparição, em junho do ano passado. Na madrugada do último dia 26, porém, ladrões retiraram a porta inteira e saíram com o trabalho, que acredita-se ser o tributo de Banksy aos mortos há mais de três anos.
“Estamos cheios de um profundo sentimento de indignação”, escreveu o Bataclan no Twitter, confirmando o roubo. “O trabalho de Banksy, um símbolo de lembrança pertencente a todos – locais, parisienses, cidadãos do mundo – foi tirado de nós”.
De acordo com a agência francesa LCI, um alarme disparou no teatro por volta das 4h25 do sábado, mas quando a polícia chegou, tudo o que encontraram foi uma chave de fenda. Três indivíduos encapuzados supostamente saíram com a porta em uma van.
Os trabalhos do artista de rua britânico, cuja identidade é desconhecida, estão se tornando cada vez mais caros, tornando-os alvos de ladrões. Em junho passado, uma cópia avaliada em US $ 34.000 foi retirada das paredes de uma galeria em Toronto. Embora o ato tenha sido registrado por uma câmera de segurança, o trabalho ainda não foi recuperado. Em 2013, um mural foi tirado da parede de uma loja em Londres e acabou em Miami, em um leilão.
Mas o grafite do lado de fora do Bataclan era particularmente simbólico para os parisienses.
“Essa silhueta foi feita pelo artista de graça, foi um gesto altruísta em homenagem às vítimas do ataque terrorista e seus entes queridos”, disse o prefeito do 11º distrito, François Vauglin, ao LCI. “Eu acho muito triste que as pessoas tenham tomado isso sem pensar sobre o que ele representa”.
Em 2008, através de um comunicado, o artista de rua expressou frustração com a remoção de seus trabalhos. “Para manter toda a arte de rua onde ela pertence”, disse Banksy, “eu encorajaria as pessoas a não comprarem nada de ninguém, a menos que ela tenha sido criada para ser vendida”.