Pavilhão Brasileiro na 58ª Bienal de Veneza apresenta artistas e curador

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Bárbara Wagner e Benjamin de Burca são os artistas selecionados por Gabriel Pérez-Barreiro, anunciado como o curador do espaço

A Fundação Bienal de São Paulo, o Ministério da Cultura e o Ministério das Relações Exteriores anunciaram Gabriel Pérez-Barreiro como curador da participação brasileira na 58ª International Art Exhibition, La Biennale di Venezia, em 2019. Para representar o Brasil na mais antiga Bienal do mundo, Pérez-Barreiro — curador da 33ª Bienal de São Paulo — selecionou a dupla Bárbara Wagner & Benjamin de Burca, que irá desenvolver um filme comissionado para a ocasião.

Bárbara Wagner & Benjamin de Burca

Bárbara Wagner & Benjamin de Burca

“A promoção do patrimônio cultural e artístico do Brasil no exterior é uma preocupação central ao MinC, e a realização conjunta com o MRE e a Fundação Bienal da representação brasileira neste espaço de prestígio que é a Bienal de Veneza é vital para isso”, afirma o ministro da cultura Sérgio Sá Leitão. “A excelência das exposições apresentadas no Pavilhão do Brasil é amplamente reconhecida, inclusive pelo recebimento de uma menção honrosa na última edição do evento. E isso só é possível com a união de esforços dessas três instituições que, com todas as especificidades de suas vocações, compartilham de um mesmo projeto”.

João Carlos de Figueiredo Ferraz, presidente da Fundação Bienal, explica que “o apontamento de Gabriel Pérez-Barreiro se deve ao amplo conhecimento que o curador demonstra sobre arte a brasileira, à sua boa integração com a equipe da Fundação e à afinidade entre os conceitos mobilizados por ele na 33ª Bienal de São Paulo e aqueles propostos pela 58ª Bienal de Veneza”.

A 58ª Bienal de Arte de Veneza, May You Live In Interesting Times (Que você viva em tempos interessantes), alude a períodos de incerteza, crise e turbulência. A proposta desenvolvida pelo curador-geral Ralph Rugoff adota como título uma frase de origem inglesa falsamente atribuída a uma maldição chinesa e replicada como tal em inúmeros discursos políticos ocidentais. No contexto da pós-verdade, fake news e “fatos alternativos”, a falsa maldição é exemplo de como conteúdos ficcionais podem ter implicações políticas reais.

O trabalho de Wagner & de Burca relaciona-se com o tema geral da Bienal por seu comprometimento com a realidade complexa e por vezes conflitiva do Brasil. “Bárbara Wagner e Benjamin de Burca trazem um olhar crítico e ao mesmo tempo compreensivo à enorme pluralidade do momento atual, apontando para a maneira como a cultura popular absorve e interpreta as imagens e os fenômenos da vida cotidiana e dos meios de comunicação de massa, incorporando-os à sua própria realidade”, explica Pérez-Barreiro.

Em sua produção, a dupla tem se concentrado em aspectos da cultura popular brasileira, especialmente a pernambucana, apresentados a partir de um olhar generoso e isento de estereótipos. Suas obras abordam desde a cultura evangélica à rapeira e brega, encaradas como manifestações representativas da enorme diversidade cultural brasileira. Wagner & de Burca fogem de dicotomias fáceis e relativizam os limites entre cultura erudita e popular e linguagem artística e jornalística.

A Bienal de Veneza acontece entre 11 de maio e 24 de novembro de 2019.

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