O popular setor de arte pública não estará presente na edição de 2018 da feira
Quando a edição da Art Basel Miami Beach deste ano for inaugurada, no início de dezembro, no centro de convenções totalmente reformado da cidade, um de seus destaques mais populares estará ausente: as exposições externas gratuitas e visualmente interessantes do programa Art Public.
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Em seu lugar, dizem os organizadores da feira, estará algo diferente (e ainda gratuito) dentro da feira. Duas vezes por dia, durante a feira que acontece entre 6 e 9 de dezembro, o público será recebido em um novo e amplo salão de convenções para a apresentação ao vivo de uma peça do notável artista conceitual mexicano Abraham Cruzvillegas.
Mas a elaborada exposição de esculturas e instalações do Art Public no Collins Park, do lado de fora do museu Bass, não existe mais. Segundo o Miami Herald, o mesmo vale para o programa de filmes projetados no prédio da New World Symphony, no Miami Beach SoundScape Park.
Porta-vozes da Art Basel disseram que a abertura do renovado e ampliado centro de convenções, após três anos de construção, apresentou uma oportunidade para tentar algo novo: uma performance ao vivo. Anteriormente, a feira não tinha um local adequado para esta proposta.
“Estamos entusiasmados com a renovação, depois de vários anos trabalhando nisso”, disse Noah Horowitz, diretor da Art Basel nas Américas. “Nos empenhamos muito. Olhamos para isso como uma oportunidade extraordinária. Nunca tivemos nada para explorar a conexão com o andar da exposição principal e que oferecesse uma extensão tão vasta de espaço”.
Agora em seu 17º ano, a Art Basel oferece um setor de arte pública ao ar livre desde a sua criação – um atrativo para aqueles que procuram fugir dos limites do centro de convenções e curtir a arte e a performance do lado de fora, no agradável clima do sul da Flórida. Também tem sido um destaque para os visitantes casuais que desejam participar da agitação, mas não vão para a feira, que exige a aquisição de ingresso.
A feira também já apresentou performances gratuitas, incluindo uma apresentação da ópera “The Rinse Cycle”, do artista Jim Shaw e da banda D’red D’warf no SoundScape Park, como parte do Art Public do ano passado.
Mas até a construção do novo grande salão 5.500 m², a feira não tinha um espaço adequado para se dedicar a performances em larga escala, disse Horowitz. Os organizadores decidiram aproveitar a oportunidade ao consolidar a programação da feira dentro do centro de convenções, disse ele.
“Nunca conseguimos fazer algo nessa escala. Isso ajuda a brincar com a força do novo prédio”, disse ele. “Estamos muito animados”.
A obra de estreia, “Autorreconstrucción: To insist, to Insist, to Insist”, de Cruzvillegas, é a reformulação de uma apresentação do início deste ano no lendário The Kitchen, em Nova York. Em seu centro, há um conjunto suspenso construído com materiais de sucata que, como as esculturas do artista, lembram as habitações improvisadas nos bairros pobres da Cidade do México (uma das esculturas de Cruzvillegas esteve na exposição Art Public do ano passado no Collins Park).
Durante a performance de 20 minutos, a bailarina e coreógrafa Bárbara Foulkes é presa por uma faixa à montagem e é acompanhada por músicos liderados por Andrés García Nestitla. A apresentação é uma parceria entre The Kitchen e o curador suíço Philipp Kaiser, trazido no ano passado pela Art Basel Miami Beach para organizar a Art Public.
Nos próximos anos, observou Horowitz, um novo parque urbano planejado no centro de convenções oferecerá a chance de trazer de volta exposições ou performances ao ar livre para a Art Basel. “Há muitas possibilidades interessantes”, disse ele.