ArtRio tem público de 48 mil e avaliação positiva de galeristas

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Feira consolida presença na Marina da Glória e supera crise e clima político

Com um público de 48 mil pessoas, que foram à Marina da Glória entre quarta e este domingo (no ano passado, foram 45 mil), a ArtRio conseguiu superar a crise econômica e a tensão pré-eleitoral, consolidando sua presença na região em sua segunda edição fora do Cais do Porto. A avaliação vem tanto da organização quanto de galeristas, que registraram boas vendas durante a feira e negócios futuros.

— A presença do público foi grande em todos os dias — comemora Brenda Valansi, presidente da ArtRio. — Ano passado ainda havia uma insegurança em relação à mudança para a Marina, mas não há dúvidas de que achamos a nossa casa. A edição de 2019 está confirmada para a Marina, em data a ser definida nas primeiras três semanas de setembro.

Segundo Brenda e galeristas, o público de sábado não foi afetado pelos protestos contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), realizados entre a Glória e a Cinelândia.

— A feira superou nossas expectativas, foi um oásis neste momento. Lá fora o Brasil está derretendo, mas aqui as pessoas estão respirando arte — comenta o galerista Max Perlingeiro, da Pinakotheke Cultural.

Outra referência do mercado secundário (de revenda de obras, que costumam atingir cifras mais altas), a Almeida & Dale, de São Paulo, expôs a tela mais cara da feira, “Bumba meu boi”, de Di Cavalcanti, com valor superior a R$ 20 milhões.

— Estamos negociando a tela com um colecionador, mas era uma grande oportunidade de trazê-la. Foi uma das obras mais fotografadas da feira — diz Carlos Dale Junior, sócio da galeria.

Muitos negócios foram fechados nos dias iniciais, desde o preview, na quarta-feira, para convidados. Caso da galeria Marcia Barrozo do Amaral, que apostou em um solo de Leo Battistelli e na sexta-feira já havia vendido a maior parte das obras. O interesse na obra do argentino radicado no Rio foi tanto que a galerista já planeja um novo solo na SP-Arte do ano que vem:

— Está até melhor do que ano passado, ouvi de colegas bons retornos também. Estou otimista, agora é só passar logo esta eleição.

Leo Battistteli e suas obras na galeria Marcia Barrozo do Amaral Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Leo Battistteli e suas obras na galeria Marcia Barrozo do Amaral Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Presente à galeria em todos os dias da feira, Battistelli celebrou o interesse do público nas peças em cerâmica que remetem a elementos naturais e suas relações com os seres humanos:

— Trabalho com símbolos que mobilizam muito, como ovos, liquens, a água, o ar. Vejo o fluxo de pessoas passando por aqui e como às vezes elas vêm como que atraídas pelas obras. É incrível esse interesse, e não tem a ver só com vendas. É ótimo ter esse contato direto, poder falar sobre o trabalho.

Texto publicado originalmente no site do O Globo

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