O título “Beautiful world, where are you?” deriva de um poema de 1788 do poeta alemão Friedrich Schiller, musicado pelo compositor austríaco Franz Schubert
A Bienal de Liverpool lança a sua 10ª edição. A bienal britânica de arte contemporânea vai se estender por mais de quatro meses, ocupando espaços públicos, galerias e museus por toda a cidade, através de artistas convidados do mundo todo.
Sob o título “Beautiful world, where you are?”, a Bienla de Liverpool reúne obras de 40 artistas, vindos de 22 países, que correspondem ao tema proposto pelos curadores-chefes Kitty Scott, Carol e Morton Rapp e Sally Tallant. O título foi inspirado em um poema de 19788 do alemão Friedrich Schiller, musicado pelo compositor austríaco Franz Schubert.
Os anos entre a composição do poema de Schiller e a canção de Schubert viveram grande reviravolta e profunda mudança na Europa, desde a Revolução Francesa até a queda do Império Napoleônico. Hoje, o poema continua a refletir um mundo dominado por uma profunda incerteza. Pode ser visto como um lamento, mas também como um convite para reconsiderar nosso passado, promovendo um novo senso de beleza que pode ser compartilhado de uma maneira mais equitativa.
Francis Alÿs mostra pinturas das zonas de guerra do mundo
O artista belga Francis Alÿs mostrará uma seleção de pequenas pinturas no Victoria Gallery & Museum em Liverpool, que datam dos anos 80 até hoje. Executado na tradição da pintura clássica ‘plein air’, seu trabalho aborda questões do turismo global e da agitação social. Nunca se afastou das zonas de conflito. Ele trabalhou em Israel-Palestina, no Afeganistão e aceitou uma residência no Iraque, onde trabalhou com artistas e refugiados locais. Alÿs incorporou-se às forças curdas Peshmerga na linha de frente Mosul, assumindo o papel do artista de guerra e documentando a luta contra o ISIS através de pincel e tinta.
Comunidades indígenas
Artistas pioneiros das comunidades indígenas do mundo todo estarão expondo pela primeira vez. Obras novas e existentes de artistas das comunidades Inuit, Aborígine e Indígena serão apresentadas na Tate Liverpool, refletindo o ressurgimento da consciência e do ativismo entre artistas de todo o mundo. Entre eles, Dale Harding, descendente dos povos Bidjara, Ghungalu e Garingbal de Queensland, que criará um novo trabalho de parede na Tate Liverpool, inspirado na arte rupestre de Queensland, usando as práticas de técnica de estêncil de seus ancestrais. Também se destaca Annie Pootoogook (1969-2016), de uma longa lista de artistas Inuit que vivem em Kinngait (Cabo Dorset, no Canadá) e que narrou os momentos cotidianos da vida Inuit moderna em seus desenhos coloridos a lápis.
Arte pela cidade
Os grandes edifícios e espaços públicos de Liverpool funcionarão como palco para a Bienal, destacando a história e a arquitetura da cidade e oferecendo aos visitantes uma nova visão da paisagem urbana. Juntamente com os espaços de arte reconhecidos internacionalmente da Tate Liverpool, da FACT, da Open Eye Gallery e Bluecoat, a Bienal também se desdobrará em prédios como o St George’s Hall, o Oratory, Victoria Gallery & Museum, Blackburne House, o teatro Liverpool Playhouse e o RIBA North. Os espaços públicos incluem a Catedral Metropolitana de Liverpool, o Exchange Flags, no Distrito Comercial de Liverpool, e a Escola Primária da Comunidade Kingsley, em Toxteth.
Lista dos artistas participantes
Madiha Aijaz (Pakistan)
Abbas Akhavan (b. Iran, lives in Canada)
Morehshin Allahyari (b. Iran, lives in US)
Francis Alÿs (b. Belgium, lives in Mexico)
Ei Arakawa (b. Japan, lives in USA)
Kevin Beasley (USA)
Mohamed Bourouissa (b. Algeria, lives in France)
Banu Cennetoğlu (Turkey)
Shannon Ebner (USA)
Paul Elliman (UK)
Inci Eviner (Turkey)
Aslan Gaisumov (Chechnya)
Ryan Gander with Jamie Clark, Phoebe Edwards, Tianna Mehta, Maisie Williams and
Joshua Yates (UK)
Joseph Grigely (USA)
Dale Harding (Australia)
Holly Hendry (UK)
Lamia Joreige (Lebanon)
Brian Jungen (b. Canada)
Janice Kerbel (b. Canada, lives in UK)
Duane Linklater (b. Canada)
Mae-ling Lokko (b. Saudi Arabia, lives in Ghana and USA)
Taus Makhacheva (Russia)
Ari Benjamin Meyers (b. America, lives in Germany)
Naeem Mohaiemen (Bangladeshi, lives in USA)
Paulina Olowska (Poland)
George Osodi (Nigeria)
Silke Otto-Knapp (b. Germany, lives in USA)
Mathias Poledna (b. Austria, lives in USA)
Annie Pootoogook (d. 2016) (b. Canada)
Reetu Sattar (Bangladesh)
Suki Seokyeong Kang (South Korea)
Iacopo Seri (Italy)
Melanie Smith (b. England, lives in Mexico)
The Serving Library (b. USA, lives in UK and USA)
Agnès Varda (b. Belgium, lives in France)
Joyce Wieland (d. 1998) (Canada)
Haegue Yang (b. South Korea, lives in South Korea and Germany)
Chou Yu-Cheng (Taiwan)
Rehana Zaman (UK)