É verão no hemisfério norte: se estiver em Nova York, aproveite para conferir alguns destes projetos espalhados pela cidade
Erwin Wurm: Hot Dog Bus (até 26 de agosto), encomendado pela Public Art Fund, no Brooklyn Bridge Park, Pier 1 & Pier 5
Um dos projetos mais curiosos da lista, o Hot Dog Bus de Erwin Wurm, está oferecendo cachorros-quentes grátis aos sábados e domingos no Brooklyn. O ônibus em si é uma versão amarela e mais gorducha de uma van VW que parece com um pão com as salsichas dentro. O Public Art Fund tem ainda duas outras peças que vale a pena conhecer na cidade: a expressiva escultura Uraeus, de Anselm Keifer, em Manhattan no Rockefeller Center (até 22 de julho) e o Flow Separation, de Tauba Auerbach (até 12 de maio de 2019), um bote camuflado que foi retirado da aposentadoria e atracado no Pier 66a do Hudson River Park para que os visitantes possam pegar carona durante o fim de semana.
Yayoi Kusama: Narcissus Garden (até 3 de setembro), organizado pelo MoMA PS1, em Fort Tilden, Queens
Encenada pela primeira vez como uma performance de guerrilha na Bienal de Veneza de 1966, Narcissus Garden está à mostra neste verão em uma antiga garagem de trem na extinta Fort Tilden Military Base. A peça faz parte do festivakl de arte pública Rockaway!, que celebra o processo de recuperação do Queens após o furacão Sandy. A instalação também foi atualizada desde a década de 1960: as 1.500 bolas espelhadas agora são feitas de aço inoxidável, não de plástico. Mas a própria Kusama provavelmente não estará lá, em um quimono dourado, ao lado de uma placa que diz “Seu narcisismo à venda” para tentar vender uma das bolas por US $ 2, como fez em Veneza.
Maren Hassinger: Monuments (até 10 de junho de 2019), organizado pelo The Studio Museum em Harlem, no Marcus Garvey Park
Esculturas site-specific, construídas com galhos de árvores podados em outros parques da cidade de Nova York, foram instaladas em torno de Marcus Garvey Park pela artista Maren Hassinger. As obras foram um esforço colaborativo, diz ela, com 75 voluntários contribuindo com seu trabalho físico e suas idéias. O resultado dessa reciclagem de material e paisagem são oito peças maciças e abstratas que respondem, resistem e recriam a horticultura e a arquitetura que as cercam.
Jacob Hashimoto, The Eclipse e Never Comes Tomorrow (até 31 de outubro), encomendado pela Trust for Governors Island, na Capela de St. Cornelius e no Liggett Hall
Centenas de pipas de papel de arroz em preto e branco compõem a instalação monumental The Eclipse, do artista novaiorquino Jacob Hashimoto. Ligeiramente revisada desde quando foi exibida pela primeira vez no Palazzo Flangini, na Bienal de Veneza, em 2017, a luz captura os círculos de papel preto pendentes para revelar o brilho sutil da bandeira americana impressa no topo, uma nuvem escura assombrosa e pesada. Um trabalho mais otimista do artista, Never Comes Tomorrow, está instalado na arcada do Liggett Hall, feito de cubos de madeira e canos, parecido com um instrumento de sopro fantástico.
Agora (até março de 2019), organizado pela High Line Art
Nove artistas da América do Sul, América do Norte, Europa e América Central ocuparam o High Line, o popular parque elevado do Meatpacking District, chamando a atenção de pedestres casuais a sérios problemas sociais e políticos, como os incêndios florestais do ano passado na costa noroeste dos EUA, o imperialismo e os direitos das mulheres. O programa inclui algumas obras baseadas em texto, incluindo duas em neon – o RiGT TURN for REPARATIONS, de Pope. L, e Somos 11 Miliones/We Are 11 Million, de Andrea Bower, além do letreiro C.R.E.A.M., de Sable Elyse Smith. Como o antigo título grego nos leva a imaginar, essas obras visam transformar o espaço da cidade, no High Line, em um local para vigorosos debates políticos e artísticos.
Steinunn Thorarinsdottir: ARMORS (até 12 de setembro), organizado peloNew York City Public Parks, no Cloisters Lawn, Fort Tryon Park
Enquanto a exposição Heavenly Bodies ocupa espaço no posto avançado de Arte Medieval do Metropolitan Museum of Art, um grupo de corpos aterrisou no Cloisters Lawn, na obra pública do artista islandês Steinunn Thorarinsdottir. O projeto coloca as figuras típicas, nuas e andróginas, de Thorarinsdottir, baseadas no corpo de seu filho, face a face com réplicas de armaduras européias do século XVI selecionadas da coleção do Met. Elas foram digitalizadas em 3D pelo departamento de imagens do museu e moldados no mesmo alumínio que as figuras humanas.
Adam Pendleton, Black Dadda Flag (Black Lives Matter) (até 1 de novembro), organizado pela Frieze New York, na Randall’s Island
Ainda voando alto desde que a tenda da Frieze New York foi desmontada, a Black Dada Flag de Adam Pendleton (Black Lives Matter) permanece no extremo sul da Randall’s Island. Esta é a segunda de uma série de bandeiras, a primeira das quais foi encomendada para a Bienal de Veneza em 2015, após a morte de Treyvon Martin, que em parte provocou o movimento Black Lives Matters. Aquela que balança ao vento hoje é uma versão maior e assume um novo significado em seu local atual – antes conhecido como Negro Point.
Xaviera Simmons: Convene (até 19 de agosto), organizada pelo SculptureCenter, Hunter’s Point South Park, Queens
Canoas coloridas enchem as margens do East River, mas elas nunca enfeitarão a água. Em vez disso, os barcos de alumínio da instalação da artista nova-iorquina Xaviera Simmons emprestaram suas cores das bandeiras nacionais das muitas comunidades de imigrantes em Queens, o bairro mais diversificado da cidade. A encomenda assume uma relevância ácida sob a luz da política de imigração do governo Trump, cada vez mais radical.
Virginia Overton: Built (até 3 de setembro), organizado pelo Socrates Sculpture Park, em Long Island City, Queens
O Socrates Sculpture Park tem uma nova fonte na forma de uma pick-up. Em Untitled (Late Bloomer) (2018), uma das dez esculturas da artista Virginia Overton em exibição durante todo o verão, a água preenche e flui pelas costas do caminhão transformado, enquanto as flores de lótus flutuam na superfície. E o imenso Untitled (Suspended Beam) (2018) transforma um feixe de pinho recuperado em um balanço coletivo.
Tony Cragg: Monumental Sculptures (até 31 de outubro), organizado pelo Fund for Park Avenue e Marian Goodman Gallery, no Park Avenue Mall
Esculturas gigantescas do vencedor do Prêmio Turner, Tony Cragg, fixaram residência através de 20 quarteirões. Duas estruturas de bronze, duas de fibra de vidro e uma de aço inoxidável parecem desafiar a gravidade, pontuando o Park Avenue Malls com um pouco de leveza.