Mostra reúne pinturas, desenhos, esboços e fotos e da artista brasileira até 3 de junho
Texto publicado originalmente no G1
Tarsila do Amaral, um dos principais nomes do modernismo brasileiro, ganhará uma exposição significativa no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) com a sua primeira retrospectiva exclusiva nos Estados Unidos, conforme anunciado em julho de 2017.
Desde domingo (11), o colorido criado por ela entre as décadas de 20 e 30 poderá ser visto nesta homenagem organizada pelo MoMA e pelo Instituto de Arte de Chicago. O evento fica aberto até 3 de junho.
Batizada de “Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil” (Tarsila do Amaral: Inventando a Arte Moderna no Brasil), a mostra reúne pinturas, desenhos, esboços e fotos.
“Tarsila do Amaral é a figura central da modernidade em um país enorme, cuja cena artística é hoje uma das mais importantes do mundo e onde os artistas modernos e contemporâneos estão influenciando o mundo inteiro”, disse à Agência Efe Luis Pérez-Oramas, encarregado da curadoria junto com Stephanie D’Alessandro.
Para ele, a paulista faz parte “de uma modernidade alternativa criada no continente americano” e que também tem nomes como Armando Reverón (Venezuela), Joaquín Torres García (Uruguai) e Frida Kahlo (México), por exemplo. O percurso começa nos anos 20, quando a artista, que nasceu em Capivarí, em 1886, “inventa o seu estilo” depois de concluir o curso de pintura em Paris (França), onde pinta “A Negra”. Esta obra, na opinião de Pérez-Oramas, é o “primeiro ícone” da arte moderna brasileira.
Outra famosa pintura é o “Abaporu”, que a Tarsila fez que 1928 para o marido, Oswald de Andrade, e que também faz parte da exposição que será aberta em Nova York. O título formado a partir de duas palavras do tupi-guarani e que querem dizer “homem que come gente”, inspirou também o “Manifesto Antropofágico” escrito por Oswald e que deu vida à “Revista de Antropofagia”.
Uma terceira etapa do trabalho pode ser analisada em “Operários” (1933), no qual ela retrata o panorama do Brasil durante a grande depressão de 1929. “Ela começa um novo período, mais interessada nos assuntos políticos e sociais, com o primeiro grande quadro com esse caráter”, resumiu Pérez-Oramas.
Ao seu ver, esta mostra é muito importante tanto para o MoMA, quanto para a história do museu e para a arte moderna latino-americana. “Vai a ser uma descoberta para o público norte-americano que não a conhece”, apontou o especialista, que defendeu que ainda que os grandes três quadros de Tarsila já tenha sido expostos no museu, a de agora é de uma forma inédita.
“Uma exposição que revisa a totalidade da obra ou a totalidade desse momento de invenção”, declarou.