A lista anual apresenta, pela primeira vez, uma mulher no topo da lista das pessoas mais influentes do ano no mundo da arte contemporânea
A ArtReview começou a publicar sua lista Power 100 há dezesseis anos. Desde então tem chamado a atenção, tanto daqueles que concordam quanto contestam a decisão tomada por um painel de 20 pessoas – que permanecem anônimas.
Pela primeira vez, a lista de 2017 apresenta uma mulher no número 1 da lista – e apenas a terceira vez que um artista ocupa a posição. A videoartista alemã Hito Steyerl – que foi ocupou a sétima posição do mesmo ranking em 2016 – agora lidera como a pessoa mais influente do mundo da arte.
A revista explicou: “A artista lidera a lista porque ela tenta ativamente interromper esse nexo de poder”. Analisando narrativas históricas e políticas em relação à cultura e identidade digitais, Hito Steryl tem sido uma influência consistente sobre jovens artistas emergentes na Europa e em todo o mundo há mais de uma década.
Filósofos e “artistas socialmente engajados” no topo
A lista de 2017, mais do que nunca, sugere a inclinação do painel para pensadores críticos e artistas politicamente engajados. Além da filósofa feminista Donna Haraway, 3ª da lista, o filósofo francês, sociólogo e antropólogo Bruno Latour apareceu pela primeira vez no número 9, enquanto Judith Butler estreou na lista ocupando a posição 48. Eyal Weizman, o arquiteto israelense, teórico e fundador do Forensic Architecture Research, também estreou na lista no número 94.
O trabalho dos estreantes Kara Walker (56) e Kerry James Marshall (68) lidam com o preconceito racial e a injustiça social na América do Norte, assim como o trabalho de David Hammons (19), Theaster Gates (23) e Arthur Jafa (81). Entre os principais curadores e diretores de museus listados, estão Hans Ulrich Obrist da Serpentine (6) – que já ocupou duas vezes o topo do ranking e Thelma Golden, do Harlem Museum, que pulou da 29ª posição em 2016 para o 8º lugar, este ano.
Destaques da Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África
Em 2017, 18% dos nomeados nasceram na Ásia, um aumento significativo em relação aos 3% de 2002. Os nomes estreantes desta região são dominados por curadores: Suhanya Raffel e Doryun Chong, respectivamente Diretor e Diretor Adjunto / Curador-chefe do museu M+ de Hong Kong, entraram no número 59 como uma entidade, enquanto Sunjung Kim, curador de projetos internacionais na Gwangju Bienniale Foundation, ocupa a posição 72.
Outros destaques são Nadia & Rajeb Samdani, co-fundadores do Daka Art Summit (93) e o curador Hou Hanru, que saltou de 71 em 2016 para 44 em 2017. Artistas como Yayoi Kusama, que saiu do número 93 em 2016 para o 55º lugar, e Ai Wewei, que ainda ocupa o número 13 do ranking, também chamam a atenção.
Oriente Médio e África continuam sub-representados, com apenas 3% do Top 100 deste ano, com nomes como Koyo Kouoh (92), William Kentridge (58) e o artista Kader Attia (75)
Brasileiros também marcam presença
Três brasileiros integram o ranking dos 100 mais influentes do mundo das artes. Subindo da posição 57 para a 49 está a galerista Luisa Strina, presente desde 2012 no ranking e que este ano liderou a Semana de Arte em São Paulo. Os diretores da Mendes Wood DM (Felipe Dmab, Pedro Mendes e Matthew Wood) figuram la lista desde 2014 e permanecem no 91º lugar, enquanto a galerista Vanessa Carlos estreia em 2017 no último lugar do ranking
Confira os 10 nomes mais influentes do ranking:
01 – Hito Steyerl, artista
02 – Pierre Huyghe, artista
03 – Donna Haraway, filósofa
04 – Adam Szymczyk, curador
05 – David Zwirner, galerista
06 – Hans Ulrich Obrist, diretor de museu
07 – Iwan & Manuela Wirth, galeristas
08 – Thelma Golden, diretor de museu
09 – Bruno Latour, filósofo
10 – Gavin Brown, galerista