Obra restaurada de Keith Haring volta a ser exibida no Museu Stedelijk de Amsterdã

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O imenso véu, criado em 1986, foi restaurado e agora volta a ser exibido em seu local original 30 anos depois

O véu pintado por Keith Haring está novamente em exibição no Museu Stedelijk. O artista americano pintou a tela, que filtra a luz do dia no grande corredor, especialmente para sua exposição individual no Stedelijk em 1986. Para esta mostra, Haring não queria simplesmente apresentar obras de arte que ele já havia feito – ele insistiu em fazer novos trabalhos.

Colocando o véu (que mede cerca de 12 x 20 metros) no chão de uma das galerias do museu, ele pintou em apenas um dia, usando tinta spray. Haring transformou o evento em uma performance cheia de energia: enquanto os fotógrafos e os jornalistas olhavam, pintou rápida e ritmicamente, movendo-se sobre a tela, com hip-hop tocando ao fundo. Ele encheu a tela com figuras dançantes, ondulantes, bebês rastejantes e animais tortuosos. Conhecido como “Keith Haring Velum”, a pintura foi esticada abaixo da monumental cúpula de vidro acima da escada histórica – e foi um sucesso instantâneo. Agora, mais de trinta anos depois e restaurado, o Velum está de volta para deleite de todos.

Keith Haring, Untitled (velum), 1986. Stedelijk Museum Amsterdam © Keith Haring Foundation

Keith Haring, Untitled (velum), 1986. Stedelijk Museum Amsterdam © Keith Haring Foundation

Haring em Amsterdã

Incrivelmente, durante esse período, Haring também participou de atividades fora do museu, na cidade de Amsterdã. Adotando a cidade como tela, juntou-se a jovens artistas de grafite e produziu obras de arte, incluindo um mural na fachada de um antigo depósito em Jan van Galenstraat, pintado com a ajuda de uma grua. Esta é a maior obra de arte pública sobrevivente de Haring na Europa e consiste em uma única linha branca e espessa. “Um tipo de dinossauro feliz com um pescoço alongado, como uma criatura mitológica ao estilo CoBrA. E montado sobre a criatura há uma imagem, com sua cabeça cercada por um halo de raios. Como se estivesse tomado de surpresa “, diz o artista de Amsterdã, Jan Rothuizen, que estava lá na época, em 1986. Hoje, em 2017, a pintura ainda está escondida, coberta pelo revestimento de tábuas instalado para proteger o edifício contra a umidade.

Keith Haring começou sua carreira em 1980, espalhando seus grafites pelo metrô de Nova York. Em 1982, ele começou a exibir seu trabalho na Tony Shafrazi Gallery, passando logo a seguir a expor pelo mundo todo. Haring teve sua primeira individual em museu na Holanda, no Stedelijk Museum de Amsterdã, em 1986. Sobre esta mostra, ele teria dito que “por ser um museu importante em Amsterdã, a exposição teve uma audiência fenomenal. Para mim, foi uma experiência esmagadora, expor no Stedelijk Museum. Senti que realmente havia conquistado algo”. A arte ativista de Haring aborda temas que continuam a ter relevância hoje, como guerra, racismo, drogas e AIDS – Haring morreu de complicações relacionadas à doença em 1990.

Arte acima da escadaria histórica

O Stedelijk sempre manteve laços estreitos com os artistas, oferecendo a eles espaço para desenvolver novos trabalhos. O relacionamento com o próprio edifício do Stedelijk também desempenha um papel proeminente. Em muitas ocasiões, isso inspirou o museu a comissionar artistas como Daniel Buren e Dan Flavin, e atualmente Seth Price, para criar instalações extraordinárias específicas do local para espaços no prédio, como a área que circunda a grande escadaria.

Desta vez, a obra de Keith Haring, original de 1986, volta a ocupar seu espaço original. “Untitled (Velum)” permanece em exibição sobre as escadarias do museu até 3 de junho de 2018.

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